
Quem passou por Amsterdã nesta semana deve ter se perguntado se havia voltado no tempo. De repente, os canais da cidade — sempre cheios, mas normalmente dominados por barcos a motor e ciclistas apressados — foram tomados por gigantes dos mares. Veleiros imponentes, alguns com mais de cem anos, ancoraram como se fossem personagens de um romance de Joseph Conrad.
Não era miragem. Era o Festival Marítimo de Amsterdã, um daqueles eventos que transformam completamente a cidade. E olha, não foi pouco movimento: estima-se que mais de dois milhões de pessoas tenham passado por lá durante os dias do festival. Dois milhões! Isso é mais do que a população de algumas capitais brasileiras inteiras, gente.
E não era só número. A atmosfera era… como dizer? Mágica. Havia um ar de nostalgia no cais, um cheiro de maresia misturado com pipoca e cerveja. Famílias inteiras, turistas de mochila, casais de mãos dadas, todos com os olhos grudados naqueles mastros que pareciam tocar o céu.
Os verdadeiros protagonistas, claro, eram os navios. Alguns deles, verdadeiras relíquias flutuantes, histórias de madeira e ferro que já cruzaram oceanos. Dava até uma certa inveja — quem dera esses cascos pudessem falar, não é mesmo? As histórias que eles contariam… naufrágios, tempestades, aventuras.
Alguns visitantes chegaram a embarcar para experiências educativas. Imagina só: pisar no convés de um navio que já foi testemunha de tantas eras. É uma aula de história, mas sem livro nem quadro negro. Uma imersão total.
E não parou por aí. O festival foi uma verdadeira celebração da cultura marítima. Shows musicais, performances artísticas, oficinas… tinha de tudo um pouco. Até a comida entrou no clima, com barraquinhas servindo peixes frescos e pratos típicos da região.
Para Amsterdã, eventos como esse são mais que turismo. São parte da identidade da cidade. Uma maneira de reconectar com suas raízes — que, não esqueçamos, estão profundamente ligadas ao mar e aos rios. Foi daí que veio muito da sua riqueza, da sua história.
E aí, ficou com vontade? Quem sabe no próximo ano a gente não se encontra por lá? É só marcar na agenda: final de agosto de 2026. Até lá, resta sonhar com o balanço das ondas e o estalar das velas ao vento.