
Quem passa por Belo Horizonte nesta época do ano não pode deixar de notar: a cidade está diferente. Não, não é só o clima — embora ele também ajude. É que as ruas, praças e até os cantinhos mais escondidos da capital mineira viraram palco para algo que mistura magia, tecnologia e muita criatividade.
A Festa da Luz, agora em sua 12ª edição, transformou BH numa galeria a céu aberto. E olha, não é exagero dizer que até os moradores mais antigos estão se surpreendendo. "Parece que a cidade ganhou vida própria", comenta Dona Marta, vendedora de amendoim na Praça da Liberdade há 20 anos.
Luzes que contam histórias
São mais de 30 instalações espalhadas por 15 pontos da cidade — cada uma com sua personalidade. Tem desde projeções gigantescas que "vestem" prédios históricos até pequenas intervenções que fazem você parar no meio da calçada e pensar: "Como é que alguém teve essa ideia?"
O artista paulista Ricardo Hantzschel, um dos participantes, brinca: "Minha obra é como um suspiro luminoso no meio da correria da cidade". E de fato, sua instalação na Savassi provoca exatamente isso — uma pausa, um momento de respiro.
Não é só luz, é experiência
O que diferencia esta edição? Segundo os organizadores, a interatividade. Em pelo menos cinco obras, o público pode alterar as cores e padrões através de aplicativos ou simples gestos. "Queremos que as pessoas não apenas vejam, mas sintam que fazem parte", explica Juliana Campos, curadora do evento.
- Obra mais fotografada: "Fluxo", na Lagoa da Pampulha, que cria efeitos de água luminosa
- Surpresa do público: A intervenção sonora no Viaduto Santa Tereza, que muitos nem percebem ser parte do evento até parar para ouvir
- Para os apressados: As projeções rápidas na Estação Central — perfeitas para quem só tem o tempo do metrô
E tem mais: algumas lojas e restaurantes da região central sincronizaram suas vitrines com o tema. Quem diria que comprar um pão de queijo poderia virar experiência imersiva?
De graça, mas não sem valor
Num momento onde tudo parece ter preço — e dos altos —, a Festa da Luz mantém seu caráter totalmente gratuito. "É nossa forma de democratizar a arte", defende o secretário municipal de Cultura. E os números impressionam: na abertura, mais de 80 mil pessoas circularam pelo circuito principal.
Mas atenção, desavisados: o evento vai até 31 de agosto, mas algumas instalações têm horários específicos. Vale checar o site antes de sair de casa — embora parte da graça seja justamente se surpreender ao virar a esquina.
Ah, e se você está pensando "já vi isso antes", pode repensar. A cada ano, cerca de 60% das obras são inéditas. Como dizem por aqui: "O mineiro até pode ser repetitivo, mas nossa arte? Jamais".