
O cenário musical brasileiro está prestes a ganhar cores mais vibrantes — e dessa vez, a tinta vem direto do coração da Amazônia. Rawi, um nome que começa a ecoar além das fronteiras paraenses, está carregando nas costas não apenas seu violão, mas toda uma bandeira de representatividade queer amazônica.
Imagine só: das margens barrentas do Tapajós para os holofotes cariocas. Parece filme, mas é a vida real desse artista que vai sacudir o Rio Music Festival. E olha, não é qualquer convite — estamos falando de um dos palcos mais cobiçados do país.
Mais que música: um manifesto de existência
O que Rawi leva consigo não são apenas melodias. São histórias. São vivências. São a coragem de ser quem é em uma região que, convenhamos, nem sempre abre espaço para diversidade. Suas letras? Ah, suas letras são como flechas certeiras — atingem o alvo da emoção enquanto questionam padrões.
"Minha música fala de amor, mas também de resistência", conta o artista, em um tom que mistura orgulho e cansaço de quem já enfrentou preconceito. "Cada acorde é uma afirmação, cada verso é um grito de existência."
Do Norte para o mundo
O caminho até aqui não foi exatamente um passeio de barco pelo Tapajós. Rawi começou tocando em bares locais de Santarém, onde o público às vezes reagia com estranheza — outras vezes, com admiração pela coragem. Mas persistiu. E como persistiu!
Hoje, seu trabalho ressoa com uma geração que não pede licença para ocupar espaços. Suas performances misturam elementos da cultura regional com uma estética queer que desafia rótulos. É amazônico, é LGBTQIA+, é arte pura.
Por que esse show importa?
Você já parou para pensar quantos artistas queer da Amazônia você conhece? Pois é. A presença de Rawi no Rio Music Festival não é só mais um show na programação — é um marco. É o sinal de que os holofotes estão, finalmente, se voltando para talentos que sempre estiveram lá, mesmo que invisibilizados.
O festival, que acontece entre 10 e 12 de outubro, ganha assim uma camada extra de significado. Enquanto a multidão se aglomera diante do palco, uma revolução silenciosa — ou melhor, cantada — acontece.
Rawi não vai apenas se apresentar. Vai plantar uma semente. Vai mostrar que a Amazônia também tem vozes queer, e que essas vozes merecem — urgentemente — ser ouvidas.
E cá entre nós: não há timing melhor. Num momento em que a diversidade ainda enfrenta barreiras, ver um artista paraense queer conquistar espaços nacionais aquece o coração. Ou, como diria Rawi: "minha existência já é política, minha arte é consequência."