
O telefone tocou, e do outro lado da linha vinha aquela notícia que ninguém quer receber. Ron Dean partiu. Sim, o mesmo Ron Dean que há tantas décadas habitava nossas telas com aquela presença inconfundível. Tinha 86 anos — uma vida longa, sem dúvida, mas que sempre nos parece curta quando se trata de dizer adeus a alguém que fez parte da nossa história.
Lembro-me perfeitamente da primeira vez que o vi na tela. Não era o protagonista, não era o herói — mas caramba, como roubava a cena! Em Clube dos Cinco, aquele filme que definiu uma geração, ele era o diretor da escola. Aquele sujeito de aparência séria, quase austera, que você imediatamente reconhecia da sua própria vida escolar. Quem nunca teve um diretor assim?
Mais do que um rosto familiar
E pensar que sua carreira começou lá atrás, nos anos 60. Sessenta! Dá para acreditar? Enquanto muitos atores hoje em dia mal conseguem manter a relevância por uma década, Ron construiu uma trajetória que atravessou meio século. Meio século, gente!
Mas foi em 1985 que ele realmente entrou para o imaginário coletivo. Clube dos Cinco não era apenas um filme — era um fenômeno cultural. E ali estava Ron, representando aquela figura de autoridade que todos nós, em algum momento, enfrentamos ou evitamos nos corredores da escola.
De diretor escolar a policial em Gotham
Anos mais tarde, ele voltaria a marcar presença em outra obra icônica. Em Batman - O Cavaleiro das Trevas, aquele filme que reinventou completamente o que era possível fazer com super-heróis no cinema, ele interpretou o detetive Branden. Gotham City ganhava mais um personagem crível, real, daqueles que fazem você acreditar que a cidade realmente existe.
E não para por aí — sua filmografia é daquelas que faz você dizer "ah, era ele!" diversas vezes. Duro de Matar 3, O Fugitivo, O Informante... São tantos títulos importantes que fica difícil escolher um favorito.
O legado que fica
Agora, com sua partida, o que resta? Restam as imagens, as performances, aqueles momentos congelados no celuloide que continuarão a falar com novas gerações. É curioso pensar que, enquanto nós envelhecemos, Ron Dean em Clube dos Cinco permanecerá para sempre como aquele diretor escolar, imutável, eterno.
Seu agente confirmou o falecimento, mas os detalhes — ah, os detalhes que sempre queremos saber — ainda são escassos. O que importa, no fim das contas, é que o mundo perdeu um daqueles atores que nunca precisaram do papel principal para fazer diferença. Os grandes filmes são feitos de grandes momentos, e Ron Dean forneceu vários deles.
Descanse em paz, Ron. Suas cenas continuarão vivas.