Parece que a velha máxima de que política e amizade não se misturam ganhou mais um capítulo no meio artístico brasileiro. E que capítulo! Dois dos maiores nomes da dramaturgia nacional, Regina Duarte e Antonio Fagundes, estão em lados opostos do tabuleiro político — e as cartas estão na mesa.
Ah, o Antonio... Sem papas na língua, como sempre. Disse, em entrevista ao jornal O Globo, que considera a posição política da colega "equivocada". Palavra forte, não? Mas veja só — e aqui é que a coisa fica interessante — Regina não ficou calada. Que nada!
A resposta que ninguém esperava
Quando a notícia chegou até ela, a atriz não hesitou. Com aquela elegância que só ela tem — misturada com uma pitada de ironia fina — mandou seu recado. "Aprendi que em uma democracia todos têm o direito de se equivocar. Inclusive o Fagundes", disparou.
O tom? Nem um pouco agressivo. Mas firme. Muito firme. Parecia até aquelas cenas de novela onde o personagem fala tudo com um sorriso no rosto, mas cada palavra vem carregada de significado.
O pano de fundo de uma relação de décadas
E pensar que esses dois já dividiram tantos palcos e sets de gravação... Trabalharam juntos, cresceram na profissão lado a lado. Agora, na reta final de carreiras brilhantes, se veem em campos políticos antagônicos. A vida dá suas voltas, não é mesmo?
O que me faz refletir: será que as divergências políticas precisam mesmo acabar com amizades de tantos anos? Difícil responder. O certo é que Regina deixou claro que respeita a opinião do colega — mesmo discordando veementemente.
O cerne da questão
Mais do que uma simples troca de farpas, esse episódio revela algo profundo sobre nosso momento político. Artistas que antes eram unanimidade agora se veem no olho do furacão. Uns criticam, outros defendem — e o público acompanha tudo, muitas vezes escolhendo lados.
Regina, com sua experiência de vida, parece entender bem isso. Em suas palavras, ditas com a calma de quem já viu muita coisa: "Cada um tem seu caminho, suas convicções. O importante é o respeito mútuo". Sábio, não?
Mas não se engane pela serenidade das palavras. Por trás delas há uma defesa ferrenha de seu direito de pensar diferente — de ser, como ela mesma definiu, "livre". Livre para concordar, discordar, apoiar ou criticar.
E agora, José?
O que fica desse embate? Além dos memes que certamente virão — porque internet é internet —, fica a sensação de que o debate político no Brasil está mais polarizado do que nunca. E quando figuras públicas de mesmo meio se desentendem publicamente... Bem, isso só mostra que a divisão atingiu todos os estratos.
Particularmente, acho saudável o debate — desde que com educação. E nesse aspecto, ambos mantiveram a classe. Antonio expressou sua opinião, Regina respondeu à altura. Segue o jogo democrático.
Resta saber se essa troca de farpas vai ecoar por mais tempo ou se será apenas mais uma notícia de jornal. O tempo — esse senhor implacável — dirá.
