Lula se despede de Preta Gil: 'Uma voz que ecoou por gerações'
Lula lamenta morte de Preta Gil e destaca seu legado

Não é todo dia que uma figura como Preta Gil deixa este mundo. E quando isso acontece, até os corações mais endurecidos se comovem. O presidente Lula, em um tom que misturava tristeza e admiração, falou sobre a perda da artista — uma daquelas raras almas que conseguem ser ícone cultural e voz dos marginalizados ao mesmo tempo.

"Ela tinha uma coragem que faltava em muita gente", disse Lula, com aquela voz rouca de quem já viu de tudo. E não era exagero. Preta não só cantava como vivia cada palavra de suas músicas, transformando palcos em palanques e microfones em megafones para causas sociais.

Mais que música, um legado

Quem pensa que ela era só mais uma cantora brasileira precisa rever seus conceitos. Filha de Gilberto Gil (sim, aquele mesmo), Preta carregou o peso do sobrenome com uma leveza que só os verdadeiros talentos conseguem. Enquanto alguns artistas se contentam em fazer sucesso, ela queria fazer diferença.

Nos últimos anos, mesmo enfrentando problemas de saúde, continuou sendo aquela presença marcante — seja nos palcos, seja nas redes sociais, defendendo pautas como diversidade e direitos LGBTQIA+ com um humor ácido que só ela tinha.

Reações pelo Brasil

As homenagens pipocaram de norte a sul do país. De fãs anônimos a celebridades, todo mundo tinha uma história para contar sobre como Preta tocou suas vidas. Nas ruas do Rio, onde ela morava, florais improvisados começaram a aparecer. Em São Paulo, fãs se reuniram para cantar seus maiores sucessos.

E o que dizer da política? Num raro momento de unanimidade, parlamentares de todos os espectros se manifestaram. Até aqueles que normalmente torcem o nariz para artistas engajados reconheceram: o Brasil perdeu uma de suas vozes mais autênticas.

Lula, em particular, parecia genuinamente abalado. "Era uma pessoa que tinha a rara capacidade de unir", comentou, antes de fazer uma pausa — daquelas que dizem mais que palavras. Quem estava lá jurou ver os olhos do presidente um pouco marejados.

O velório, marcado para o Teatro Municipal do Rio, promete ser um daqueles eventos que entram para a história. Não pelo protocolo, mas pela emoção crua de um país que sabe reconhecer seus verdadeiros ícones quando os perde.