
Parece que hoje em dia todo mundo carrega no bolso — ou melhor, no Instagram — um cartão de "influencer". A cena está tão saturada que os produtores de eventos estão perdendo a cabeça. Sério mesmo.
Organizar aquela lista VIP dos sonhos virou um pesadelo logístico. São centenas, milhares de pessoas se autointitulando formadores de opinião. E todos, é claro, exigem entrada grátis na festa.
Quando Todo Mundo é Especial, Ninguém É
Lembra quando ter um selo de influencer significava algo? Pois é, aqueles tempos ficaram pra trás. Hoje, basta postar uma foto do almoço com três filtros diferentes que já se considera no direito de acessar os eventos mais badalados.
Os produtores, coitados, enfrentam um dilema cruel: como separar o joio do trigo quando todo mundo parece trigo? A situação chegou a um ponto tão crítico que algumas empresas estão criando sistemas de classificação secretos — tipo um Uber para influenciadores, com notas e avaliações que ninguém vê.
Os Números Não Mentem
Um evento médio no Brasil recebe entre 300 e 500 pedidos de "influencers" querendo entrar de graça. Impressionante, não? O problema é que a maioria mal consegue 50 curtidas em suas publicações. É muita cara de pau, me desculpem a franqueza.
E não para por aí. Alguns chegam ao cúmulo de ameaçar os organizadores: "Se não me derem acesso, vou falar mal do evento nas minhas redes". Que absurdo, não?
O Jogo das Categorias
Para tentar organizar essa bagunça, os produtores criaram classificações internas. Existem os macro-influencers (aqueles que realmente movem multidões), os micro-influencers (com nichos específicos) e os... bem, os "quase-influencers" (que basicamente influenciam a mãe e o cachorro).
Mas mesmo com essa divisão, o desafio persiste. Como medir influência real? Seguidores podem ser comprados, engajamento pode ser artificial. É uma terra sem lei, um faroeste digital onde cada um tenta garantir seu lugar ao sol — ou melhor, seu lugar na fila do open bar.
E Agora, José?
Algumas marcas começaram a adotar critérios mais rigorosos. Não basta mais ter 10 mil seguidores — é preciso mostrar engajamento real, conteúdo de qualidade e, pasmem, até profissionalismo.
Outras estão indo pelo caminho oposto: abrindo as portas para todos e transformando eventos exclusivos em... bem, eventos comuns. Triste, mas compreensível.
No final das contas, a bolha dos influencers pode estar prestes a estourar. Ou talvez apenas se transformando em algo mais real, mais tangível. Uma coisa é certa: o free pass está com os dias contados para quem não entrega valor real.
E você, o que acha dessa inflação de influenciadores? Conta pra gente nos comentários — se é que você é um influencer de verdade, é claro.