Gabriela Loran protagoniza 'Três Graças' e marca história na TV Globo
Gabriela Loran faz história como protagonista trans na TV

A atriz Gabriela Loran, de 32 anos, está escrevendo mais um capítulo histórico na televisão brasileira. Atualmente no ar em Três Graças, a trama das 21h da TV Globo, ela consolida sua trajetória como primeira atriz transgênero protagonista de uma novela na emissora.

Trajetória de pioneirismo

Gabriela Loran não é novata quando o assunto é quebrar barreiras na televisão. Em 2018, ela já havia marcado posição ao se tornar a primeira atriz trans a interpretar uma personagem trans em Malhação: Vidas Brasileiras, numa época em que o tema ainda era considerado tabu pela indústria.

Agora, sete anos depois, a atriz repete a experiência, mas com um agravante histórico: pela primeira vez assume um papel de protagonista ao lado de Pedro Novaes, o galã do momento.

Personagem e identidade

Em Três Graças, Gabriela Loran interpreta uma farmacêutica, demonstrando que sua atuação vai além de questões identitárias. A própria atriz reflete sobre essa dimensão em suas declarações: "Ser transexual é minha condição de vida, mas não define a mulher que sou nem o meu atual papel".

Em 2024, a artista passou por uma cirurgia de redesignação sexual na Tailândia, mas ressalta que seu trabalho tem um propósito mais amplo: "O meu trabalho é poder mexer no imaginário das pessoas mostrando a realidade tal como ela é".

Impacto na representatividade

A escalação de Gabriela Loran como protagonista em Três Graças representa um marco importante para a diversidade na televisão brasileira. A novela das 21h é tradicionalmente o horário mais nobre da TV Globo, com audiência massiva e grande influência no imaginário popular.

Este movimento consolida uma tendência de maior representatividade que vem ganhando força na emissora, mostrando que a diversidade pode e deve ocupar espaços centrais na produção cultural brasileira.

A reportagem original foi publicada na edição nº 2971 da VEJA, em 21 de novembro de 2025, com apuração das jornalistas Giovanna Fraguito e Nara Boechat.