
O clima no Vila Madalena estava pesado nesta terça-feira. Henrique Fogaca, aquele chef de bigode marcante e coração gigante, não conseguiu disfarçar a comoção ao falar sobre o que aconteceu no Jamile, um dos seus tantos bebês gastronômicos.
Parece que foi um daqueles dias que a gente nunca espera - um vazamento de gás seguido de um pequeno incêndio lá na cozinha. Coisa rápida, mas suficiente para botar medo em qualquer um. A sorte é que a brigada chegou rápido, muito rápido mesmo, e controlou a situação antes que virasse uma tragédia maior.
O susto e a solidariedade
Fogaca, sabe como é, sempre tão expansivo nas vitórias, mostrou outra face na adversidade. "É um baque, uma coisa dessas", confessou, com aquela voz que a gente conhece dos programas de TV. "Meu pensamento imediato foi com as pessoas - nossa equipe, que é família, e os clientes que nos honram com a presença."
E não foram só palavras bonitas. O homem foi lá pessoalmente, assim que soube. Queria ver com os próprios olhos, ter certeza de que todo mundo estava bem. Esse cuidado com as pessoas, aliás, sempre foi uma das marcas dele - não é de hoje.
E agora, o que vai ser do Jamile?
O restaurante, claro, vai ficar fechado por uns dias. Tem que fazer uma vistoria completa, ver se não há mais riscos, garantir que quando reabrir vai estar 100% seguro. Fogaca foi bem claro sobre isso: "Segurança em primeiro lugar, sempre. Não vamos medir esforços para que isso não se repita."
Quem acompanha a trajetória do chef sabe que ele já enfrentou crises piores - a pandemia foi um teste de fogo para todos os restaurantes. Mas justo agora, quando tudo parecia estar nos eixos... a vida prega essas peças.
O que impressiona, pra ser sincero, é a transparência. Muitos na posição dele tentariam abafar, minimizar. Fogaca fez o contrário: assumiu a dor, mostrou a vulnerabilidade, e reforçou o compromisso com todos que confiam no seu trabalho.
O Jamile não é só mais um restaurante - é parte da alma gastronômica de São Paulo. E Fogaca, bem, Fogaca é daqueles raros chefs que entendem que comida boa vai muito além do sabor. Tem a ver com afeto, com cuidado, com esse jeito quase paternal que ele tem com seus projetos.
Enquanto as portas permanecem fechadas, a equipe trabalha nos bastidores. Avaliando danos, planejando a reabertura, e - principalmente - cuidando das pessoas. Porque no final das contas, são elas que fazem um restaurante ser especial.