Lula convida Fafá de Belém para COP30 após crítica sobre exclusão
Fafá de Belém na COP30 após crítica a Lula

O presidente Lula precisou agir rapidamente para resolver uma situação delicada envolvendo a cantora Fafá de Belém na COP30, conferência climática da ONU que acontece em Belém. A artista havia criticado publicamente sua exclusão da programação oficial do evento, mas acabou participando da cerimônia de abertura por um convite direto do mandatário.

O descontentamento da artista

Pouco antes do início da conferência, Fafá de Belém manifestou abertamente sua insatisfação com a falta de representatividade local na programação cultural do evento. A paraense anunciou um show beneficente em apoio à população amazônica, marcado para sexta-feira, 14 de novembro, no Theatro da Paz.

Em declarações contundentes, a cantora destacou: "Sempre fomos apagados. Não adianta fazer um espetáculo para o mundo e tirar os ribeirinhos de casa para eles não participarem. Não existe Amazônia sem nós". Suas palavras ecoaram como um alerta sobre a importância de incluir as vozes locais em discussões que afetam diretamente seu território.

A resposta do governo

Na sexta-feira, 7 de novembro, Lula já havia dado o primeiro passo para acalmar os ânimos, levando a cantora para conhecer a área reservada aos chefes de Estado e de governo durante a Cúpula do Clima. Mas a solução definitiva veio na segunda-feira, 10 de novembro.

Fafá de Belém subiu ao palco da abertura oficial da COP30 ao lado da ministra da Cultura, Margareth Menezes, em uma apresentação que simbolizou o reconhecimento do governo à importância da cultura regional no evento global. O gesto foi interpretado como uma maneira de contornar a situação constrangedora que se instalara.

O show de protesto que virou colaboração

O espetáculo "Amazônica", inicialmente concebido como um evento paralelo em protesto à exclusão, mantém sua programação para o dia 14. A apresentação no Theatro da Paz agora ganha novo significado, representando não mais apenas uma crítica, mas uma contribuição positiva à programação cultural da conferência climática.

Este episódio revela a sensibilidade política necessária para lidar com questões de representatividade cultural em eventos internacionais, especialmente quando acontecem na Amazônia, território com identidade cultural tão forte e peculiar.