
Era uma daquelas manhãs cinzentas que pareciam prever o pior. E veio. Claudinho Pereira, a voz que embalou gerações no Rio Grande do Sul, partiu aos 45 anos — deixando um vazio que nenhuma nota musical poderá preencher.
Nascido em Porto Alegre, o artista começou sua carreira tocando em bares da capital gaúcha, onde conquistou fãs com seu timbre único e letras que falavam direto ao coração. "Ele tinha um dom raro", lembra o produtor Marcelo Costa, que trabalhou com ele nos últimos cinco anos. "Quando cantava, até o silêncio parecia prestar atenção."
Uma carreira marcante
Dos palcos improvisados aos grandes festivais, Claudinho construiu uma trajetória que misturava raízes gaúchas com influências urbanas. Seu álbum "Caminhos do Sul", lançado em 2018, virou disco de ouro em menos de três meses — feito raro para um artista independente.
Quem o conhecia de perto garante: por trás do sucesso, havia um homem simples. "Ele recusou contratos milionários para não se afastar das origens", conta a irmã, Ana Pereira. "O dinheiro nunca foi sua prioridade."
O adeus
A causa da morte ainda não foi divulgada oficialmente, mas fontes próximas à família mencionam complicações cardíacas. O velório acontecerá no Cemitério São Miguel, em Porto Alegre, com entrada liberada para os fãs que quiserem se despedir.
Nas redes sociais, a comoção foi imediata. Milhares de mensagens inundaram as timelines, muitas acompanhadas de vídeos caseiros dos shows — prova de que sua música tocava fundo. "Era mais que um cantor", escreveu uma fã. "Era a trilha sonora da nossa vida."
O que fica? Além das canções, o exemplo de alguém que preferiu a autenticidade à fama fácil. Num mundo onde muitos vendem a alma por likes, Claudinho manteve-se fiel à sua arte — até o último acorde.