
Que noite para esquecer no Barradão. Ou melhor, para não esquecer nunca — mas pelos piores motivos possíveis.
O Vitória simplesmente desmoronou. E não foi um daqueles tropeços comuns do futebol: foi um colapso total, uma exibição que deixou até os torcedores mais fanáticos sem palavras. O Bahia chegou, aplicou um sonoro 6 a 1 e, como era de se esperar, cobrou seu preço.
O Fim da Linha para Carille
Fábio Carille não resistiu. Como poderia? Uma goleada daquelas, em casa, no clássico baiano, deixa marcas profundas. A diretoria rubro-negra não teve muita escolha — na verdade, teve apenas uma.
"Em comum acordo", diz o comunicado oficial. Mas convenhamos: depois de um placar desses, será que realmente existe acordo? Parece mais um eufemismo gentil para 'não temos mais como te manter aqui'.
Carille deixa o Vitória após apenas 11 jogos. Cinco vitórias, três empates e três derrotas — mas nenhuma tão amarga quanto esta.
O Jogo que Mudou Tudo
O primeiro tempo já era preocupante. Aos 12 minutos, Thaciano abre o placar. Aos 34, Everaldo amplia. O time da casa parecia perdido em campo, sem reação, sem ideias.
Mas o segundo tempo... ah, o segundo tempo foi simplesmente catastrófico. Uma sucessão de golpes que enterrou qualquer esperança:
- Everaldo marca novamente aos 7 minutos
- Biel faz o quarto aos 13
- Cauly aumenta ainda mais aos 22
- E como se não bastasse, Everaldo completa o hat-trick aos 44
O gol de honra do Vitória? Veio apenas nos acréscimos, de pênalti, convertido por Willian Oliveira. Mais um consolo amargo do que qualquer outra coisa.
As Consequências Imediatas
Imediatamente após o apito final, o clima já era pesado. Ninguém precisava ser expert em futebol para saber o que viria pela frente.
O comunicado do Vitória veio rápido, direto ao ponto: "O Vitória comunica a saída do técnico Fábio Carille". Simples assim. O que mais dizer depois de uma noite daquelas?
Enquanto isso, no lado vitorioso, o Bahia celebrava não apenas uma vitória, mas uma afirmação. Uma goleada histórica que certamente entrará para os livros de recordes do clássico baiano.
O técico do Bahia, Rogério Ceni — que conhece bem essas pressões — deve ter assistido com um misto de satisfação e alívio. Afinal, no futebol brasileiro, o abismo entre herói e vilão é measured em minutos.
O que vem pela frente? Para o Vitória, a busca por um novo comandante — o quinto apenas nesta temporada. Para Carille, mais uma passagem relâmpago no currículo. E para os torcedores, a dolorosa tarefa de digerir mais esse capítulo turbulento.
O futebol, como sempre, é implacável. E nas terras baianas, essa implacabilidade mostrou mais uma vez sua face mais dura.