O ano de 2025 se despede da NBA deixando um rastro de histórias que prometem ecoar por muito tempo. Entre conquistas inéditas, movimentos bombásticos, sombras de escândalos e marcos históricos para o Brasil, a temporada foi um verdadeiro turbilhão. Fizemos uma retrospectiva para destacar os episódios que mais definiram este ano no basquete norte-americano.
O Thunder quebra dogmas e conquista seu primeiro título
A grande história esportiva do ano foi a conquista do primeiro campeonato da NBA pelo Oklahoma City Thunder. A vitória veio em uma série final dramática de sete jogos contra o aguerrido Indiana Pacers. Para a franquia de Indiana, a derrota ficou marcada pelo amargor de uma oportunidade perdida: a lesão de sua estrela, Tyrese Haliburton, logo nos primeiros cinco minutos do decisivo Jogo 7.
O impacto da baixa foi devastador, especialmente considerando a campanha impressionante dos Pacers nos playoffs. A equipe havia eliminado gigantes como Milwaukee Bucks, Cleveland Cavaliers (líder da conferência) e New York Knicks. A sensação que ficou é que, enquanto o Thunder do MVP Shai Gilgeous-Alexander tem janela de competição aberta para os próximos anos, a chance dos Pacers pode ter sido única.
A vitória do Thunder, no entanto, vai além do troféu. Ela validou um modelo de construção de elenco considerado arriscado: o "tanking", a estratégia de perder jogos de propósito para obter melhores escolhas no draft. O general manager Sam Presti mostrou ter aprendido com erros passados. Ele identificou em Gilgeous-Alexander uma peça central e, mesmo durante os anos de reconstrução, protegeu o físico do jovem astro, controlando seus minutos para tê-lo inteiro quando o time amadurecesse.
O chamado "modelo Thunder" também se baseia em um rigoroso controle financeiro. Em 2025, vimos outras franquias, como Phoenix Suns e Boston Celtics, seguindo uma linha similar, evitando contratos salariais exorbitantes. O cenário, porém, teve suas vítimas, como Damian Lillard, que foi dispensado pelo Milwaukee Bucks mesmo estando lesionado.
Sombras fora das quadras: apostas e um marco brasileiro
Nem tudo foram luzes em 2025. Uma sombra de escândalos envolvendo apostas pairou sobre a liga. A investigação do FBI que envolveu Terry Rozier – inocentado pela NBA, mas indiciado pela justiça federal – abalou a imagem da liga. Para piorar, surgiram fortes evidências ligando o ex-técnico do Portland Trail Blazers e membro do Hall da Fama, Chauncey Billups, a esquemas de aliciamento para jogos de pôquer fraudados, usando seu prestígio na NBA.
Outro caso policial que ganhou destaque foi o escândalo envolvendo o patrocínio da empresa Aspiration ao astro Kawhi Leonard, do Los Angeles Clippers. Apesar desse cenário preocupante, o ano trouxe uma excelente notícia para o Brasil. O Portland Trail Blazers confirmou Tiago Splitter como seu técnico principal, tornando-o o primeiro brasileiro a comandar uma equipe na história da NBA.
Dentro de quadra, o país também foi representado por Gui Santos no Golden State Warriors. Em um elenco instável, o jovem brasileiro demonstrou maturidade e uma ética de trabalho acima da média para sua idade, conquistando seu espaço.
A troca do ano: Luka Doni veste a camisa dos Lakers
Sem dúvida, a maior história individual de 2025 foi a transferência de Luka Doni para o Los Angeles Lakers. O movimento colocou o nome do então general manager do Dallas Mavericks, Nico Harrison, em evidência mundial, ao trocar um talento geracional por jogadores que ele considerava "as peças finais" para um título.
O resultado, contudo, foi amplamente considerado um desastre. De uma equipe que chegou às finais de 2024 e precisava apenas de um Doni mais saudável, o Dallas se transformou em um time desequilibrado, com várias estrelas que não se encaixavam, uma verdadeira confusão de egos e estilos de jogo. Essa troca será um dos temas mais debatidos nos próximos anos.
Olhando para o futuro, a NBA encara o desafio de encontrar novos ídolos para substituir a geração histórica de Stephen Curry e LeBron James, que se aproxima do fim de suas brilhantes carreiras. As questões das apostas e a nova jornada de Doni nos Lakers são apenas o começo de narrativas que se estenderão por 2026 e além. Que venha o novo ano!
Luto no Basquete Brasileiro
Fora da NBA, o basquete brasileiro está de luto. Faleceu no dia 25 de dezembro, aos 77 anos, o técnico Cláudio Mortari. Comandante da era de ouro do Sírio, ele foi campeão mundial em 1979 e levou a seleção brasileira ao quinto lugar nos Jogos Olímpicos de Moscou, em 1980. Mortari ainda passou por grandes clubes como Bradesco, Corinthians, Flamengo e Pinheiros, deixando um legado imenso para o esporte nacional.