A trajetória de Gabriel Barbosa, o Gabigol, no Cruzeiro pode estar chegando ao fim. O atacante está mais próximo de uma saída do clube mineiro após uma sequência de eventos que culminaram na eliminação na semifinal da Copa do Brasil.
O episódio do pênalti e o distanciamento
A derrota para o Corinthians no último domingo, com Gabigol perdendo o pênalti decisivo, foi o estopim de uma situação que já vinha se desgastando. Após a partida na Neo Química Arena, o jogador deixou o estádio sozinho, separado do restante do grupo, em um gesto que foi interpretado internamente como um claro sinal de distanciamento dos líderes do elenco.
Com as férias iniciadas, o centroavante optou por permanecer em São Paulo, perto da família, enquanto a maioria dos companheiros seguiu outros rumos. Fontes próximas ao dia a dia do clube revelaram ao UOL que esse comportamento foi a confirmação de um afastamento que já vinha ocorrendo e que o jogador já refletia sobre seu futuro.
Insatisfação e a sombra de Tite
Dois fatores centrais pressionam a saída. O primeiro é a insatisfação do atacante com a reserva. Gabigol deixou claro para o técnico Leonardo Jardim sua vontade de ser titular, mas esbarrou na forte concorrência com Kaio Jorge, artilheiro do Brasileirão. Apesar do descontentamento, as mesmas fontes garantem que o jogador manteve sempre uma postura profissional e respeitosa com a comissão e os colegas.
O segundo, e talvez mais decisivo, é a chegada de Tite para o comando técnico na próxima temporada. O relacionamento entre o treinador e o atacante nunca foi bom, e a expectativa de uma convivência difícil é um forte indicativo de que a separação é desejada por ambas as partes.
Os grandes obstáculos da negociação
Apesar do desejo mútuo de separação, a transação é complexa. O Cruzeiro não se opõe à saída, que representaria uma significativa economia na folha salarial. Gabigol, por sua vez, está tranquilo: tem contrato até 2028 e recebe um dos maiores salários do futebol brasileiro.
O Santos surgiu como principal interessado e chegou a abrir conversas. No entanto, as negociações estão travadas. O empecilho principal é justamente o altíssimo vencimento do jogador, que o Peixe não tem condições de bancar integralmente. Ambos os lados tentam costurar um acordo financeiro que seja viável.
A multa rescisória, que ultrapassa R$ 600 milhões para clubes brasileiros, também é uma barreira, embora de menor intensidade. O UOL apurou que uma liberação sem custos, ou com valores simbólicos, é uma possibilidade real para facilitar o desligamento.
Enquanto o impasse financeiro não se resolve, o futuro de Gabigol permanece em aberto. A janela de transferências e a pré-temporada serão decisivas para definir se o atacante vestirá a camisa celeste em 2026 ou se seguirá sua carreira em um novo clube.