
O Maracanã testemunhou uma daquelas partidas que prometem muito mais do que entregam. Flamengo e Cruzeiro se enfrentaram neste domingo e, para desânimo dos torcedores, não conseguiram sequer balançar as redes. Zero a zero que deixou todos com gosto de quero mais.
E o que era para ser uma festa se transformou num verdadeiro quebra-cabeça tático. Gabigol, a grande atração da noite, retornava ao estádio que foi sua casa por anos - mas agora vestindo a camisa celeste do Cruzeiro. Que situação peculiar, não?
Jogo truncado e marcado por intervenções do árbitro
Logo nos primeiros minutos já dava para sentir que não seria uma noite de grandes espetáculos. O jogo nasceu travado, com ambas as equipes parecendo mais preocupadas em não errar do que em acertar. E quando a cautela fala mais alto, o resultado costuma ser esse mesmo: poucos lances de perigo e muitas jogadas interrompidas.
O árbitro Ramón Abatti Abel não teve sossego. Cartões amarelos surgiam com frequência preocupante - nove no total! Parecia que os jogadores tinham combinado de testar a paciência do homem do apito. E conseguiram, diga-se de passagem.
Gabigol: a volta do filho pródigo (mas de camisa diferente)
Todo mundo no Maracanã tinha os olhos vidrados nele. Gabriel Barbosa, o nosso conhecido Gabigol, voltava ao templo do futebol carioca, mas dessa vez como visitante. Que sensação estranha deve ter sido para a torcida rubro-negra vê-lo ali, do outro lado.
Ele até tentou fazer a diferença, sabe? Mas parecia carregar um peso nas costas - talvez as lembranças de tantos gols importantes marcados naquele mesmo gramado. A bola não queria entrar, o destino pregou uma peça. Aos 26 minutos, uma finalização perigosa, mas sem a precisão de outrora.
Flamengo pressiona, Cruzeiro segura o tranco
No segundo tempo, o time da casa acordou. Ou pelo menos tentou. Pedro Rocha surgiu como a grande esperança rubro-negra, criando os melhores momentos ofensivos. Parecia que a coisa ia engrenar, mas o gol teimava em não sair.
Já o Cruzeiro... bem, o time mineiro adotou aquela postura pragmática que tantos resultados garante no futebol moderno. Defesa organizada, linhas compactas e o famoso "não levo, não dou". Funcionou, mas convenhamos: não foi exatamente um espetáculo para os olhos.
No final das contas, um ponto para cada lado que satisfaz mais aos visitantes do que aos donos da casa. O Flamengo fica com a frustração de não ter vencido em casa, enquanto o Cruzeiro comemora o zero no placar como se fosse uma pequena vitória.
O futebol é assim mesmo - nem sempre a emoção prevalece. Às vezes, a estratégia e o medo de perder falam mais alto. E o torcedor que se contente com os poucos lances de perigo e a nostalgia de ver um ídolo voltando, mesmo que do lado adversário.