O mundo da NBA foi sacudido nesta semana por uma notícia que vai muito além dos resultados em quadra. A demissão de Nico Harrison como gerente-geral do Dallas Mavericks marca um ponto de virada na história da franquia texana.
Os erros que custaram o cargo
Harrison, que havia passado 19 anos como executivo da Nike antes de assumir o comando dos Mavericks em 2021, cometeu uma série de equívocos que selaram seu destino. O mais emblemático ocorreu ainda na época da Nike, em 2012, quando durante uma apresentação para Steph Curry chamou o jogador repetidamente por "Seth" e usou material preparado originalmente para Kevin Durant. O resultado foi desastroso: Curry assinou com a Under Armour.
Porém, o erro definitivo aconteceu em Dallas. Harrison arquitetou a troca de Luka Doncic para o Los Angeles Lakers, uma decisão considerada impensável pela comunidade esportiva. Doncic não apenas era uma superestrela que havia levado a equipe às finais na temporada anterior, mas também era jovem e extremamente popular entre os fãs e na liga.
A relação conturbada com a torcida
A arrogância do executivo chegou a níveis inéditos na NBA. Torcedores que usavam camisas com a inscrição "Fire Nico" eram expulsos do ginásio durante os jogos. A insatisfação popular atingiu seu ápice no fim da temporada passada, com o fracasso da equipe.
A situação de Harrison parecia ter se amenizado quando os Mavericks, por uma sorte inesperada, conseguiram a primeira escolha do draft deste ano: Cooper Flagg. No entanto, o mau começo da temporada atual - com apenas 3 vitórias em 12 jogos - somado às lesões de Anthony Davis (recebido na troca por Doncic) e Kyrie Irving, foi a gota d'água para o dono do time, Patrick Dumont.
O desafio da reconstrução
Com a saída de Harrison, anunciada na terça-feira, 11 de novembro, a diretoria dos Mavericks enfrenta agora decisões cruciais. A equipe se transformou em um conjunto heterogêneo de talentos que percebeu a distância que os separa de um título.
Para sorte dos texanos, a primeira peça da reconstrução já está em mãos: Cooper Flagg. O desafio, porém, é monumental. O elenco atual oferece ao mercado apenas veteranos como Davis (32 anos), Irving (33 anos) e Klay Thompson (35 anos), todos com histórico de lesões e contratos elevados.
O processo de reconstrução promete ser duro e doloroso para uma equipe que esteve perto de vencer novamente na NBA com Doncic e agora se encontra na base da tabela ao lado de Pelicans e Wizards. E uma certeza permanece: a sombra de Luka Doncic continuará assombrando o Dallas Mavericks por muito tempo.