Parece que o boom das corridas de rua está cobrando seu preço — e não é só em quilômetros percorridos. Nos últimos meses, os prontos-socorros próximos a eventos esportivos viraram cenário de verdadeiros dramas. Tanto que os organizadores estão pensando em puxar o freio de emergência.
"A gente tá vendo cada coisa...", comenta um médico de plantão que pediu para não ser identificado. "Pessoas desmaiando no asfalto, crises hipertensivas, até paradas cardíacas. E o pior? Muitos nem sabiam que tinham condições pré-existentes."
Números que assustam
Só no último mês:
- +58% de atendimentos em corridas na capital paulista
- 3 casos de infarto em uma única prova de 10km
- 7% dos participantes precisando de auxílio médico
Não é brincadeira. O que era para ser saudável está virando roleta russa — e os organizadores já perceberam que precisam agir antes que vire um problema ainda maior.
O que pode mudar
A solução em discussão? Exigir atestado médico para inscrição. Mas não aquele documento meia-boca que todo mundo conhece. Estamos falando de exames específicos:
- Teste ergométrico completo
- Eletrocardiograma recente
- Avaliação cardiológica detalhada
"É chato? É. Burocrático? Sem dúvida. Mas melhor isso do que correr risco de vida", argumenta Carlos Moraes, veterano em organização de maratonas. Ele mesmo já viu corredores jovens — aparentemente saudáveis — passarem mal durante provas.
E tem mais: algumas entidades querem ir além. Que tal classificar as provas por nível de exigência física? Ou criar categorias específicas para iniciantes? A discussão está só começando...
E os corredores?
A reação nas redes sociais? Dividida, como sempre. De um lado, os que acham que "tá virando frescura". Do outro, quem já passou por susto e defende a medida com unhas e dentes.
"Ano passado quase infartei numa corrida de 5km", relata Ana Lúcia, 38 anos. "Nunca imaginei que poderia acontecer comigo. Hoje sou a primeira a dizer: melhor prevenir que remediar."
Enquanto isso, os organizadores fazem as contas — literalmente. Cada atendimento médico custa caro, e esses gastos extras estão pesando no bolso. Será que o atestado vai virar regra? Tudo indica que sim... pelo menos nas grandes provas.
