
Que partida, meus amigos! O Atlético-Mineiro não facilitou e, num cenário que beira o inóspito – estamos falando de La Paz, mais de 3.600 metros acima do nível do mar, um pesadelo para qualquer visitante –, conseguiu uma vitória simplesmente monumental. Três a dois no bolso contra o sempre complicado Bolívar. Não foi um passeio, longe disso. Foi suor, foi raça, foi um pouco de sorte e, claro, muita qualidade técnica.
O time mineiro simplesmente caiu dentro do estádio Hernando Siles como quem não quer coisa alguma. Aos 12 minutos, um lance de pura categoria: Paulinho, com uma calma de fazer inveja, recebe um passe magistral de Scarpa e toca por cobertura para abrir o placar. Um golaço que silenciou, mesmo que por instantes, a fervorosa torcida local.
Mas o Bolívar, time cascudo e acostumado a usar a altitude como sua aliada número um, não se abateu. Aos 34, um cruzamento da direita e o zagueiro brasileiro Léo Ortiz, numa falha rara, acaba marcando contra. O empate saiu, e o jogo se complicou. A sensação, confesso, era de que a coisa poderia desandar.
O segundo tempo começou com os donos da casa pressionando, é claro. Aos 11 minutos, um escanteio bem batido e quem aparece? O experiente zagueiro Marc Enoumba, de cabeça, para virar o jogo. La Paz explodiu! A pressão era enorme, e o Galo parecia, finalmente, sentir o peso do ar rarefeito.
Mas eis que a estrela de Paulinho resolveu brilhar com ainda mais força. Aos 22, ele aproveita um rebote dentro da área após um cruzamento da direita e empurra para as redes. Gol de igualdade! O alívio foi visível. E o melhor estava por vir. Apenas cinco minutos depois, o mesmo Paulinho, insaciável, finaliza com precisão após um lançamento primoroso de Battaglia. O dele foi completo, uma exibição de gala.
Os minutos finais foram de puro suplício, com o Bolívar lançando tudo para frente. O goleiro Matheus Mendes, aliás, fez pelo menos duas defesas absolutamente cruciais para segurar o resultado. Fechou o caixote. Um herói silencioso, mas não menos importante.
Com este triunfo heróico – e acreditem, heróico é a palavra certa –, o Galo salta para a liderança isolada do Grupo G, agora com 7 pontos. O Bolívar para em segundo, com 4. A classificação para as próximas fases, que parecia um quebra-cabeça, agora está muito mais próxima e tangível. Uma noite para entrar para a história do clube mineiro nas alturas dos Andes.