Em uma entrevista exclusiva concedida nesta sexta-feira ao programa El Partidazo de Cope, da rádio espanhola Cadena COPE, o tenista Carlos Alcaraz demonstrou total confiança em seu potencial para alcançar o patamar das maiores lendas do tênis mundial.
A ambição de fazer história
O jovem astro espanhol, que recentemente garantiu o primeiro lugar no ranking da ATP após vencer o italiano Lorenzo Musetti e se classificar para as semifinais do ATP Finals, não esconde suas ambições. Alcaraz afirmou, sem hesitar, que pode se sentar à mesma mesa de gigantes como Rafael Nadal, Roger Federer e Novak Djokovic.
"Posso me sentar à mesa de Nadal, Federer e Djokovic", declarou o tenista. "Se eu não pensasse assim, não teria objetivos, não teria ambição, não teria nada. Esse é um objetivo para o fim da minha carreira: ver que posso me sentar nessa mesa com eles e que as pessoas também pensem que posso ocupar esse lugar. Eu acredito que posso. É importante ter ambição, ter objetivos, e eu acho que posso chegar lá".
A relação especial com Rafael Nadal
Alcaraz também falou sobre o relacionamento próximo que mantém com seu compatriota e ídolo, Rafael Nadal. Ele revelou que o multicampeão de Grand Slams sempre o apoiou desde o início de sua carreira.
"Sempre admirei o Nadal, e ele sempre estendeu a mão para mim e me apoiou", contou Alcaraz. "Poder falar agora, de igual para igual, como se fosse um amigo, para mim significa tudo. Pedi conselhos a ele em determinados momentos, e ele sempre esteve ali. Para mim, um garoto que está começando a carreira, ter o Rafa sempre me apoiando..."
O tenista completou agradecendo: "Eu e minha equipe sempre agradecemos e seremos eternamente gratos. Com o passar dos anos, nossa relação foi ficando melhor, e poder conversar agora, de igual para igual, como se fosse um amigo, para mim é tudo".
Consciência sobre os desafios e orgulho da identidade
Apesar de liderar o ranking mundial, Alcaraz evitou qualquer euforia e manteve os pés no chão. Ele reconheceu que ainda há muitos tenistas capazes de vencê-lo.
"A verdade é que é isso que o ranking mostra, mas eu não sou, nem de longe, o melhor jogador", admitiu. "Ainda existem muitos jogadores que podem me derrotar, e eu já perdi para muitos. Eu não sou o melhor, mas o ranking diz isso".
Sobre a meta de superar os 23 Grand Slams de Novak Djokovic, Alcaraz foi realista: "Em 2026, prefiro vencer só na Austrália a ganhar dois Grand Slams repetidos. Eu assino 23 Grand Slams agora, sem pensar duas vezes. Sim, quero ser o que mais Grand Slams tem, quero superar o Djokovic, mas 23... não é brincadeira".
O que mais orgulha o tenista é sua autenticidade: "O que mais me orgulha é ser o melhor tenista do mundo fazendo tudo do meu jeito, dê certo ou dê errado. Que ninguém ouse me obrigar a ser o que as pessoas querem que eu seja. Me dá medo viver uma vida que eu não quero".
Espanha acima do Real Madrid
Torcedor assumido do Real Madrid, Alcaraz não titubeou quando confrontado com um dilema entre seu clube do coração e a seleção de seu país.
Questionado se preferia que o Real Madrid conquistasse sua 16ª Liga dos Campeões ou que a Espanha ganhasse sua segunda Copa do Mundo, a resposta foi imediata: "O segundo Mundial. Sou muito madridista, mas sou mais espanhol do que madridista", respondeu, entre risos.