Parece que a TV Globo decidiu que, se não pode vencer os celulares, vai se juntar a eles. E que união! A emissora acaba de oficializar algo que muita gente já desconfiava: as novelas verticais estão chegando com tudo.
Não é brincadeira, não. A gente tá falando daquela mesma Globo que nos acostumamos a ver na horizontal - agora de ponta-cabeça, literalmente. E olha, pode ser que seja a jogada mais inteligente dos últimos tempos.
O Que São Esses Tais Microdramas?
Imagine aquela cena clássica de novela - o beijo proibido, a traição descoberta, o vilão sendo desmascarado - só que em pedacinhos de 30 segundos. É basicamente isso. Os tais "microdramas" são histórias contadas em formato vertical, feitas sob medida para quem vive grudado no smartphone.
E não pense que é coisa de amador. A Globo tá botando peso nisso. Vão ser produções originais, com roteiristas de verdade, atores profissionais e toda aquela qualidade técnica que a gente conhece. Só que... bem, de cabeça pra baixo.
Por Que Agora?
Ah, a pergunta que não quer calar. A verdade é que a emissora percebeu algo que todo mundo já sabia, mas ninguém queria admitir: as pessoas simplesmente não param mais para assistir TV como antigamente.
Entre um story no Instagram e outro vídeo no TikTok, sobra pouco tempo para ficar duas horas grudado na telona da sala. A Globo, esperta como sempre, decidiu entrar na dança - ou melhor, na rolagem infinita.
É quase uma questão de sobrevivência, se você parar para pensar. Ou a emissora se adapta, ou vai ficando pra trás. E convenhamos, a Globo nunca foi de ficar pra trás em nada.
Como Vai Funcionar na Prática?
Bom, ainda tem detalhes sendo costurados nos bastidores, mas o básico é isso:
- Episódios super curtos, entre 30 e 60 segundos
- Formato 100% vertical - esquece aquele negócio de virar o celular
- Distribuição pelas redes sociais da emissora
- Produções originais, não apenas adaptações de novelas existentes
Parece pouco, mas acredite: contar uma história boa em tão pouco tempo é um desafio e tanto. É quase como escrever um romance num post-it.
E as Novelas Tradicionais?
Calma, ninguém vai cancelar "Pantanal" do nada. As produções convencionais continuam - pelo menos por enquanto. Mas é inegável que os ventos estão mudando, e mudando rápido.
O que me faz pensar: será que daqui a dez anos ainda vamos chamar de "novela" aquelas produções de 200 capítulos? Ou o termo vai ser completamente ressignificado?
É uma daquelas mudanças que a gente nem percebe enquanto acontece, mas que olhando pra trás parece óbvia. Tipo quando todo mundo migrou do Orkut para o Facebook, lembra?
O Que Isso Significa Para Nós, Telespectadores?
Mudança. Muita mudança. Primeiro, na forma como consumimos entretenimento. Segundo, no tipo de conteúdo que vamos receber.
As histórias terão que ser mais dinâmicas, os ganchos mais imediatos, as emoções mais concentradas. Não dá pra perder três episódios construindo um clima - tem que ser tudo agora, rápido, impactante.
E sabe de uma coisa? Pode ser até bom. Às vezes menos é mais, como diz o ditado. Quem sabe não descobrimos novas formas de contar velhas histórias?
O certo é que a TV brasileira nunca mais será a mesma. E a Globo, mais uma vez, está ditando o ritmo da dança. Resta saber se o público vai acompanhar o passo.
Particularmente, tô curioso pra ver no que vai dar. Pode ser um desastre total ou a maior revolução desde a chegada da TV colorida. O meio-termo? Esquece, nesse negócio de entretenimento não existe meio-termo.
