
Um terreiro de candomblé localizado em Salvador, na Bahia, denunciou casos de intolerância religiosa supostamente cometidos por membros de uma torcida organizada. Segundo relatos, os torcedores teriam invadido o espaço sagrado durante um evento cultural, proferindo ofensas e ameaças contra os praticantes da religião de matriz africana.
O incidente ocorreu no último fim de semana, quando o terreiro realizava uma celebração aberta ao público. Testemunhas afirmam que o grupo de torcedores, identificados por cores de um time local, perturbou a cerimônia com gritos e comportamentos agressivos.
Líderes religiosos exigem medidas
Mãe de Santo responsável pelo terreiro declarou: "Não podemos aceitar esse desrespeito à nossa fé. O candomblé é parte fundamental da cultura baiana e merece respeito". Ela ainda acrescentou que já protocolou representação na delegacia especializada em crimes raciais e intolerância religiosa.
Autoridades se manifestam
A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do estado emitiu nota repudiando o ocorrido e afirmando que acompanhará as investigações. Já a Federação Baiana de Futebol informou que, caso seja comprovada a participação de torcedores identificados, tomará as medidas disciplinares cabíveis.
Crescem casos de intolerância
Dados do Disque 100 mostram que a Bahia registrou aumento de 30% nas denúncias de intolerância religiosa no último ano, a maioria contra terreiros de candomblé e umbanda. Especialistas alertam para a necessidade de campanhas educativas e maior rigor na aplicação da lei que criminaliza tais práticas.
A comunidade religiosa local planeja realizar uma marcha pela paz e tolerância nas próximas semanas, como forma de protesto contra a violência e discriminação.