
Pela primeira vez na história da Igreja Católica, estamos celebrando oficialmente o dia de um santo que poderia muito bem ser nosso colega de faculdade ou trabalho. Carlo Acutis, canonizado no último mês de setembro pelo Papa Francisco, está fazendo sua estreia no calendário litúrgico neste 12 de outubro - e que estreia!
O que torna essa história tão especial? Bom, vamos começar pelo óbvio: Carlo era um adolescente italiano comum, viciado em videogames e computadores, que morreu tragicamente de leucemia aos 15 anos. Mas aqui está a parte que faz você parar e pensar: esse garoto, nascido em 1991, está sendo aclamado como o primeiro santo verdadeiramente 'millennial' da Igreja.
Um hacker do bem na era digital
Enquanto muitos da sua geração estavam obcecados com redes sociais e selfies, Carlo tinha um projeto diferente em mente. O jovem, que todos descreviam como um gênio da informática, usou suas habilidades para criar um catálogo online de milagres eucarísticos - algo completamente inédito na época.
"Ele era fascinante", contou alguém que o conheceu. "Um pé na tradição religiosa, outro na vanguarda tecnológica. Conseguia explicar conceitos teológicos complexos enquanto programava como ninguém."
O milagre que surpreendeu o mundo
A canonização veio após a comprovação de um milagre bastante peculiar: a cura de uma estudante universitária brasileira que sofria de uma malformação cerebral considerada incurável. Os médicos simplesmente não conseguiam explicar o que havia acontecido - a menina acordou curada após sua mãe fazer uma novinha ao então beato Carlo.
Parece coisa de filme, não é? Mas a verdade é que esses eventos extraordinários estão redesenhando o que significa ser santo no século XXI.
Um novo tipo de santidade
O que mais me impressiona na história de Carlo é como ela quebra todos os estereótipos. Aqui não temos um religioso de batina ou uma freira enclausurada, mas um garoto que amava seu playstation e, ao mesmo tempo, tinha uma devoção profunda que contagiava quem estava por perto.
Seus amigos contam que ele defendia os colegas que sofriam bullying, ajudava os mais pobres e sempre encontrava tempo para rezar - mesmo entre uma partida de videogame e outra.
Numa época em que tanto se fala sobre a crise de vocações e o afastamento dos jovens da Igreja, a figura de Carlo Acutis surge como um sopro de ar fresco. Ele prova, de maneira bastante convincente, que santidade e juventude não apenas podem coexistir como se complementam perfeitamente.
E agora, com sua primeira festa litúrgica sendo celebrada mundo afora, sua mensagem ganha ainda mais força: na era digital, a fé encontra novos caminhos - e eles passam, quem diria, pelos corredores dos jogos online e das salas de informática.
Quem viver, verá. Esta é apenas o começo da história do primeiro santo que realmente entende o que é crescer com internet e smartphone na mão.