
Parece que nem mesmo os lugares sagrados estão a salvo nos dias de hoje. Na calada da noite, por volta das 3h da madrugada de quarta-feira, um indivíduo decidiu profanar o Santuário Nossa Senhora do Carmo, aqui mesmo em Guarapuava. E não foi um roubo qualquer — o que ele levou tem um valor que transcende o material.
As câmeras de segurança — aquelas testemunhas silenciosas que nunca dormem — registraram tudo. O sujeito, cuja identidade ainda é um mistério, simplesmente arrombou a porta lateral do santuário como se estivesse entrando num depósito qualquer. A frieza com que agiu é de deixar qualquer um de cabelo em pé.
O que realmente foi levado?
Aqui está o ponto que faz esse crime ser diferente de todos os outros: ele não roubou dinheiro, não levou objetos de valor — pelo menos não no sentido convencional. O alvo foram as hóstias consagradas. Para quem não é religioso, pode parecer apenas um pedaço de pão. Mas para os fiéis, representa algo infinitamente mais precioso.
O padre Valdecir Drabeski, ainda visivelmente abalado quando conversei com ele, me explicou a dimensão espiritual do ocorrido. "Não se trata de um simples furto", disse com a voz embargada. "É uma violação do que temos de mais sagrado."
As consequências imediatas
Imediatamente após descobrir o ocorrido, a administração do santuário tomou medidas drásticas:
- Cancelou todas as missas do dia
- Interditou o local para uma limpeza espiritual — sim, isso existe
- Acionou a polícia para investigar o caso
E olha, a polícia já está com as investigações a todo vapor. Segundo o delegado responsável pelo caso, as imagens estão sendo analisadas minuciosamente. Cada frame, cada movimento, cada sombra — tudo está sendo examinado com lupa.
Por que alguém faria isso?
Essa é a pergunta que não quer calar. Roubar hóstias consagradas... que motivação teria alguém? Algumas hipóteses estão sendo consideradas:
- Ritual de magia negra: infelizmente, há relatos de que pessoas envolvidas com seitas utilizam objetos sagrados em rituais
- Protesto ou vingança: talvez contra a igreja ou religião em si
- Problemas mentais: não podemos descartar que o autor possa estar em sofrimento psíquico
Seja qual for a razão, o fato é que a comunidade católica local está profundamente ferida. Dá pra sentir no ar aquela mistura de indignação com tristeza.
E agora, o que acontece?
O santuário já anunciou que voltará às atividades normais apenas após concluir todos os rituais de purificação — o que pode levar alguns dias. Enquanto isso, a políce pede que qualquer pessoa com informações sobre o caso entre em contato imediatamente.
É triste pensar que chegamos a esse ponto. Lugares que deveriam ser refúgios de paz precisam se trancar como fortalezas. Mas a fé, essa ninguém rouba — mesmo quando levam as hóstias consagradas.