
Que notícia fantástica para a cultura do nosso estado! A Assembleia Legislativa do Pará — a ALEPA, para quem prefere a abreviação — acabou de dar um passo monumental ao aprovar, nesta terça-feira, o projeto que reconhece o Auto do Círio como patrimônio cultural de natureza imaterial do Pará.
Não é pouca coisa, gente. Estamos falando de uma tradição que atravessa gerações, que está no sangue de todo paraense que se preze. O Auto do Círio, aquela representação teatral que reconta a história do milagre de Nazaré, finalmente recebe o reconhecimento oficial que merece.
Um projeto que nasceu do coração
O que muita gente não sabe é que essa iniciativa partiu do deputado Raimundo Santos — o Dr. Raimundo, como é conhecido na casa. Ele apresentou o Projeto de Lei nº 175/2024, que agora segue para sanção do governador Helder Barbalho.
E olha, a tramitação foi rápida, mas o significado é eterno. A proposta foi aprovada em discussão única, mostrando que quando se trata de valorizar nossa cultura, nossos deputados sabem unir forças.
Mais do que uma peça teatral
O Auto do Círio não é simplesmente um espetáculo. É algo que transcende — é devoção pura, é história viva, é a materialização da fé que move Belém todos os anos durante o Círio.
Quem já assistiu sabe: não há como não se emocionar ao ver a recriação do encontro da imagem de Nossa Senhora de Nazaré pelo caboclo Plácido. Arrepia da cabeça aos pés, juro!
E agora, com esse reconhecimento, ganhamos uma camada extra de proteção. Significa que essa tradição secular — que já sobreviveu a tantas transformações — terá o respaldo do Estado para continuar encantando e emocionando as próximas gerações.
O que muda na prática?
Bom, primeiro, temos que entender que patrimônio imaterial não é algo que você pega, coloca num museu e pronto. É vivo, pulsa, transforma-se junto com o povo.
- Maior visibilidade para os artistas e comunidades que mantêm viva essa tradição
- Possibilidade de acesso a editais e recursos específicos para cultura
- Fortalecimento da identidade cultural paraense
- Proteção contra o esquecimento ou descaracterização
Parece clichê dizer, mas é verdade: o Auto do Círio é uma daquelas joias que nos diferenciam, que mostram ao Brasil a riqueza da nossa cultura nortista.
Um presente para o futuro
Enquanto escrevo isso, me lembro da última vez que assisti ao Auto do Círio. Meu avô, já com seus 80 anos, cantarolava as músicas junto com os atores — ele sabia todas, de cor. É essa memória afetiva que estamos protegendo.
A expectativa agora é que o governador Helder Barbalho sancione a lei rapidamente. Duvido que não o faça — seria um contrassenso total, considerando a importância do Círio para o estado.
Enfim, mais uma vitória para nossa cultura. O Auto do Círio oficialmente entra para o seleto grupo de bens culturais protegidos pelo estado do Pará. E sabe o que é melhor? Merecidíssimo.