
Imagine só: a sede do BNDES, normalmente um templo de números e projeções econômicas, transformada num palco que fez o tempo retroceder décadas. Foi exatamente isso que aconteceu numa certa noite que já está virando lenda nos corredores do poder.
Gilberto Gil, aquele mesmo que já foi ministro e é um dos maiores nomes da música brasileira, dividiu o palco com Vera Paiva — filha do imortal Vinicius de Moraes, diga-se de passagem. E olha, o resultado foi tão intenso que fez o presidente do banco, Aloizio Mercadante, literalmente viajar no tempo.
Uma Viagem no Tempo Através das Canções
Não foi um show qualquer, não. O repertório cuidadosamente escolhido tinha esse poder mágico de transportar as pessoas para 1973, ano emblemático da música popular brasileira. Mercadante, entre um acorde e outro, confessou depois que se sentiu como se tivesse voltado aos seus anos de juventude.
"É impressionante", comentou alguém que estava lá, "como a música tem esse poder de apagar décadas em questão de segundos." E de fato, quem nunca teve essa experiência?
O Encontro das Gerações no Palco do Poder
Gil, com toda sua experiência de vida e carreira, e Vera, carregando não só o talento próprio mas todo o legado do pai — criaram uma atmosfera que misturava saudade, política e arte numa combinação rara. O BNDES, que normalmente discute bilhões, naquela noite discutia bossa nova, MPB e a importância cultural do país.
E sabe o que é mais curioso? Num ambiente normalmente tão formal, as pessoas simplesmente... relaxaram. Esqueceram por algumas horas as planilhas e os relatórios para se entregarem à magia da música.
O Poder Transformador da Arte
Talvez poucos esperassem que uma apresentação musical pudesse causar tanto impacto num local tão sério. Mas a verdade é que a arte tem dessas coisas — chega sem pedir licença e mexe com tudo e todos.
Mercadante, conhecido por sua postura sempre contida, pareceu genuinamente emocionado. E não era para menos: a seleção de músicas foi um verdadeiro passeio pela história recente do Brasil, com direito a todas as lembranças que vêm junto.
No final das contas, a noite no BNDES mostrou que mesmo nos lugares mais formais, a cultura brasileira encontra seu espaço. E mais: que todos nós, não importa nossa posição ou responsabilidade, carregamos dentro de nós aquela pessoa que éramos décadas atrás — basta a trilha sonora certa para trazê-la de volta.