Massive Attack retorna ao Brasil com show sustentável e alerta climático
Massive Attack no Brasil com show sustentável e COP30

A banda britânica Massive Attack retorna ao Brasil nesta quinta-feira (13) para um show único em São Paulo, marcando seu primeiro retorno ao país desde 2010. O evento representa muito mais que uma apresentação musical - é a materialização de um compromisso ambiental que ganha urgência especial diante das projeções climáticas atuais.

ACT1.5: O guia para shows sustentáveis

Enquanto em 2010 o planeta registrava temperatura 0,62 grau acima da média do século 20, as estimativas para 2025 apontam para 1,42 grau acima dos níveis pré-Revolução Industrial. Este número preocupa por se aproximar perigosamente do limite de 1,5 grau estabelecido pelo Acordo de Paris.

Com essa realidade em mente, o Massive Attack desenvolveu o ACT1.5, um guia de boas práticas para realização de espetáculos sustentáveis. Robert "3D" Del Naja, fundador da banda, explica: "O trabalho de maior escala é mais fácil de fazer no Brasil, que dispõe de muita energia renovável e transporte público".

Colaboração com comunidades indígenas e artistas brasileiros

O retorno da banda ao Brasil é resultado de uma colaboração multifacetada. O Massive Attack se aliou aos irmãos Iggor e Max Cavalera e aos artistas Laima Leyton e Pedro Inoue, que conectaram os músicos às lideranças da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e da campanha "A Resposta Somos Nós".

Naja destaca a importância dessa parceria: "No contexto do quão vital é essa COP e considerando que é a região amazônica que está recebendo a cúpula, o que nos dá ao menos alguma esperança, a gente naturalmente pensou em direitos indígenas, suas exigências e insistências".

O músico vai além ao afirmar que "o papel e a sabedoria filosófica dessas comunidades serão críticos e práticos se o mundo quiser interromper ou mitigar significativamente o desastre climático".

Inovação e compromisso político

O ACT1.5 foi desenvolvido em parceria com o centro de pesquisa britânico Tyndall e marcou o retorno do grupo a sua cidade natal, Bristol, em 2024. Cientistas afirmam que esse show teve a menor produção de carbono já registrada na história para esse tipo de evento.

Além da questão climática, a banda mantém seu posicionamento político histórico. Desde 2003, o Massive Attack se recusa a tocar em Israel. Naja comenta: "O funcionamento ortodoxo da indústria tem mudado lentamente, ainda bem: vemos isso no contexto da mudança climática, mas também no contexto do genocídio em Gaza".

O show em São Paulo contará com imagens e vídeos especialmente produzidos para a passagem da banda pelo Brasil, muitos com tom combativo frente à mudança climática e à escalada da direita mundial, desenvolvidos em colaboração com o cineasta Adam Curtis e a United Visual Artists.

Quanto ao futuro, Naja adianta: "Nós faremos lançamentos no ano que vem. A gente lutou para sair do Spotify e estamos empolgados com a ideia de ter uma relação mais criativa com os fãs".

MASSIVE ATTACK E CAVALERA

Quando: Quinta-feira (13), às 21h

Onde: Espaço Unimed - r. Tagipuru, 795, São Paulo

Preço: Entre R$ 267,50 (meia) e R$ 1.295 (camarote)