Gilsinho, ícone da Portela, parte aos 68 anos: o Rio de Janeiro perde uma lenda do samba
Gilsinho, da Portela, morre no Rio aos 68 anos

O Rio de Janeiro acordou mais silencioso hoje. Dessa vez, não foi o som do mar ou o burburinho dos ônibus que faltou - era a voz de Gilsinho que se calou para sempre.

Aos 68 anos, o intérprete que carregou nos ombros a tradição azul e branco da Portela nos deixou. A notícia chegou como um golpe para quem vive e respira samba. Parece que até os tamborins ficaram mais quietos.

Uma vida dedicada ao samba

Gilberto de Oliveira Ferreira - Gilsinho para todos nós - não era apenas um cantor. Era parte da alma da Portela. Décadas dedicadas àquela escola que é mais que um reduto de carnaval: é patrimônio vivo da cultura carioca.

Quem nunca viu ele, suando a camisa, puxando aqueles sambas com uma paixão que dava inveja a qualquer jovem? Tinha uma energia que contagiava - e isso não era de hoje não.

O adeus repentino

A morte veio de repente, sem avisar. Naquela segunda-feira comum, 30 de setembro, o coração simplesmente parou. Infarto agudo do miocárdio - esse nome técnico que não explica a dor de quem fica.

Ele estava em casa, no Rio, quando o pior aconteceu. A família tentou de tudo, mas algumas batalhas a gente perde mesmo quando luta com unhas e dentes.

O legado que permanece

O que dizer de um homem que era sinônimo de resistência cultural? Gilsinho era daquelas figuras que a gente achava que seriam eternas. Tipo o Pão de Açúcar ou o Cristo - sempre estariam lá, firmes e fortes.

Mas a vida prega essas peças. E agora? Quem vai puxar os sambas com aquela alma toda? Difícil imaginar a Portela sem ele - é como imaginar o mar sem sal.

O velório vai ser hoje, no Memorial do Carmo, no Centro do Rio. O enterro segue depois, no Cemitério da Penitência. Vai ser um dia triste, daqueles que marcam. Mas também de celebração - porque uma vida como a dele merece ser lembrada com alegria, mesmo através das lágrimas.

O samba perdeu uma de suas vozes mais autênticas. O Rio, um pedaço de sua identidade. E nós, a certeza de que algumas lendas realmente existiam - e Gilsinho era uma delas.