Claudette King, filha de B.B. King, revela como mantém viva a memória do pai: 'Ele está sempre comigo'
Filha de B.B. King fala sobre legado do pai

Não é todo dia que você escuta alguém falar sobre um ícone como se ele ainda estivesse ali, do lado. Mas Claudette King faz isso com uma naturalidade que corta o coração. "Tenho meu pai comigo", diz ela, sem hesitar. E não é só força de expressão.

Filha do lendário B.B. King, o Rei do Blues, Claudette carrega no sangue — e na voz — a herança de um homem que mudou a história da música. E olha que ela nem precisa tentar. A semelhança é tão gritante que, quando canta, parece que o velho Lucille (a guitarra famosa do pai) ganhou vida de novo.

O peso e a leveza de um sobrenome

Ser filha de uma lenda não é brincadeira. Tem dias que é como carregar um piano nas costas, mas tem outros que é pura magia. Claudette conta que, quando era pequena, via o pai viajar o mundo todo. "Ele saía por meses, mas sempre voltava com histórias e presentes", lembra, rindo da lembrança de um boneco russo que ele trouxe uma vez.

Mas o melhor presente mesmo? As lições. "Me ensinou que música não é sobre notas perfeitas, é sobre contar sua verdade", revela. E parece que ela aprendeu bem a lição — sua carreira solo tem aquela autenticidade rara que faz o blues ser o que é.

"Não estou sozinha no palco"

Quem já viu Claudette performar sabe: tem algo diferente. "Quando canto 'The Thrill Is Gone', sinto ele ali", confessa. Não é espiritualismo barato — é aquela conexão que só quem perdeu alguém entende. O palco vira um lugar onde passado e presente se misturam, e o público sempre percebe.

Ela até brinca que às vezes parece ouvir o pai sussurrar: "Agora solta a voz, garota!" nos momentos certos. Coisa de louco? Talvez. Mas no mundo da música, essas loucuras são o que separa o comum do extraordinário.

O blues não morre

Enquanto muita gente trata o blues como relíquia do passado, Claudette insiste: está mais vivo que nunca. "O que meu pai criou não é museu, é linguagem", defende. E prova isso misturando influências modernas sem perder a essência — algo que faria o velho Riley (o nome de batismo de B.B.) orgulhar-se.

Se depender dela, o legado continuará. Não como cópia, mas como evolução. "Até meu neto já canta 'Rock Me Baby'", ri, mostrando que algumas coisas — como o DNA musical — simplesmente não têm como escapar.