Fafá de Belém Desabafa: 'O Pará Vive um Apagão Cultural sem Precedentes'
Fafá de Belém critica abandono da cultura no Pará

Parece que a terra do carimbó e do açaí está passando por sua própria seca cultural — e não, não estou exagerando. Fafá de Belém, aquela voz que ecoa as raízes amazônicas desde os anos 70, soltou o verbo em uma entrevista que deixou muita gente com a pulga atrás da orelha.

"A gente tá nadando contra a maré, e sem colete salva-vidas", dispara a cantora, com aquela franqueza típica de quem conhece cada curva do Rio Guamá. O que ela revela? Uma situação que beira o absurdo: artistas paraenses praticamente bancando do próprio bolso para manter viva a chama cultural da região.

Um Retrato Cruel da Realidade

Você já parou pra pensar como nasce um espetáculo no Norte do país? Pois é, parece que pouca gente para pra pensar nisso. Fafá descreve um cenário onde:

  • Projetos culturais morrem na praia antes mesmo de serem lançados
  • Os editais? Ah, esses são tão raros quanto jacaré albino
  • E quando aparecem, a burocracia parece mais emaranhada que cipó na floresta

"É como pedir pra alguém construir uma casa sem tijolos e sem cimento", compara a artista, com uma mistura de resignação e revolta na voz.

Quando a Paixão Vira Substituo do Investimento

O mais impressionante — e triste, diga-se de passagem — é ver como a resiliência dos artistas locais acaba sendo explorada. Eles seguem criando, produzindo, se virando nos trinta, enquanto o poder público... bem, parece estar assistindo de camarote.

Fafá vai direto ao ponto: "A cultura não é luxo, é necessidade básica". E como ela tem razão! Quantas vezes já não vimos projetos sociais que usam a arte como ferramenta de transformação sendo deixados de lado?

O pior de tudo? Essa negligência tem gosto de ironia amarga. O Pará, com toda sua riqueza cultural imensurável, sendo tratado como parente pobre nas políticas culturais. Algo está muito errado nessa equação.

Um Alerta que Ecoa Além das Fronteiras

O desabafo de Fafá vai muito além do reclame de uma artista insatisfeita. É um grito de alerta que deveria fazer ecoar nos corredores do poder. Quando uma voz como a dela se levanta, é porque a situação já passou do limite do aceitável.

"A gente cansa de ser resiliente", ela confessa, num momento de rara vulnerabilidade. E quem pode julgá-la? Artistas não são super-heróis — embora muitas vezes precisem ser.

O que fica claro é que o apagão cultural no Pará não é apenas uma metáfora. É realidade dura e crua, sentida na pele por quem dedica a vida a colorir com arte o cinza do cotidiano.