
Parece que o ar vai ficar mais pesado em São Paulo — mas do bom jeito, entende? Carlos Malta, esse mago das flautas que já rodou o mundo todo, tá preparando algo que promete sacudir até as paredes do teatro. E olha, quando ele resolve homenagear ninguém menos que Hermeto Pascoal, a gente já sabe que a coisa vai ser grande.
Malta — cara, que sujeito incrível — não é qualquer um. Ele domina aqueles sopros como poucos no planeta. Já tocou com os grandes, desde Milton Nascimento até Gal Costa, e agora resolveu mergulhar fundo na obra do mestre Hermeto. E pra quem não sabe, Hermeto não é um compositor comum — é praticamente uma força da natureza.
O Homem que Ouvia o Mundo Cantar
Hermeto Pascoal. Só o nome já dá arrepios. O cara é daqueles gênios que transformam panelas, garrafas e até o coaxar de sapos em música. Sério mesmo! Ele enxerga sonoridade onde a gente só vê objetos comuns. E o Carlos Malta parece ter captado direitinho essa essência.
"É como tentar traduzir o indizível", me contou Malta numa daquelas conversas descontraídas. "O Hermeto não compõe música — ele revela o que já estava lá, escondido no ar." Que frase, né? Dá pra ver que não vai ser um concerto qualquer.
Mais que Música: Uma Experiência Sensorial
O que me deixa realmente animado é que Malta promete ir além do óbvio. Não vai ser só tocar as composições de Hermeto — ele quer recriar aquela atmosfera única que só o "Bruxo" consegue criar. Imagina: sons que parecem vir de todos os lados, ritmos que te pegam desprevenido, melodias que dançam entre o caos e a perfeição.
E olha só que curioso: Malta vai usar instrumentos tradicionais sim, mas também aquelas engenhocas sonoras que Hermeto adora. Talvez até apareça algum teclado adaptado ou aquelas flautas improvisadas que soam como nada que você já ouviu.
Por que Agora?
Bom, me pergunto se tem um timing especial. Num mundo cada vez mais padronizado, a obra de Hermeto Pascoal aparece como um lembrete potente da criatividade brasileira. E Carlos Malta, com sua bagagem internacional, parece o artista perfeito pra mostrar isso pro mundo — começando por São Paulo, claro.
"A gente precisa dessa loucurinha organizada que o Hermeto representa", reflete Malta. "É música que cura, que provoca, que transforma." E ele tem razão — numa época de tanto barulho vazio, ouvir algo com alma de verdade é quase um ato revolucionário.
O concerto promete ser daqueles que ficam na memória. Não só pelos sons, mas pela energia. Hermeto sempre disse que compõe pra todo mundo — "até pros surdos", como ele mesmo fala. E Malta parece ter abraçado completamente esse espírito inclusivo.
Enfim, se você curte música de verdade — daquela que mexe com os nervos e provoca o espírito —, parece que vai ter programa em São Paulo. Carlos Malta prestando tributo a Hermeto Pascoal não é só um evento cultural: é quase um encontro de alquimistas sonoros. E digo mais: duvido que alguém saia do teatro do mesmo jeito que entrou.