
Quem esteve no Teatro das Bacabeiras neste domingo (5) presenciou algo especial. Arnaldo Antunes, aquele mesmo dos Titãs — sabe como é, a gente sempre lembra — transformou a noite de Macapá numa verdadeira celebração das palavras.
E olha, não foi só recitar poesia não. O cara misturou tudo: música, declamação, aquela energia que só quem tem bagagem no palconstrói. Parece que o tempo voou, e o público? Nem se mexia, grudado em cada sílaba.
Do rock à poesia pura
É curioso pensar como um ex-roqueiro dos Titãs consegue hoje silenciar uma plateia só com versos. Mas Arnaldo tem esse dom — consegue fazer a transição do grito suave da guitarra para o murmúrio das palavras como se sempre tivesse sido sua essência.
O repertório? Uma viagem pela carreira solo e, claro, algumas pérolas dos tempos de banda. A plateia nem precisava de letra, decorada há anos.
Folia que encanta
A Folia Literária, esse projeto que já rodou meio Brasil, mostrou mais uma vez sua força. Trazer um nome desse calibre para o Amapá — longe dos holofotes do eixo Rio-São Paulo — é pra valorizar mesmo.
E Macapá correspondeu. Lotou o teatro, mostrou que tem fome de cultura boa. Aquele calor humano que só o Norte do Brasil sabe oferecer.
No final, ficou aquela sensação gostosa de quem participou de algo único. Arnaldo Antunes provou, mais uma vez, que boa arte não tem fronteiras — e que poesia, quando bem dita, é música para os ouvidos da alma.