A cantora Ana Carolina se tornou centro de uma polêmica durante sua apresentação em Feira de Santana, na Bahia, no último domingo, 21 de dezembro. Contratada pela Prefeitura Municipal para se apresentar no evento de Natal da cidade, a artista foi recebida com vaias pelo público presente, em um episódio que gerou revolta e levou a administração municipal a se pronunciar.
Reclamações do público e valor do cachê
O mal-estar começou ainda nos bastidores. De acordo com relatos, Ana Carolina se recusou a atender tanto a imprensa quanto os fãs no camarim. Além disso, a artista teria proibido o acesso de veículos de comunicação ao palco durante sua performance.
No evento em si, os moradores levantaram outras duas queixas principais: a ausência de intérpretes de Libras durante parte do show e a não transmissão ao vivo pela TV Feira, emissora local. O contrato para a apresentação, que durou 90 minutos, foi de R$ 396 mil, valor pago pelos cofres públicos.
Nota oficial da Prefeitura de Feira de Santana
Diante da repercussão negativa, a Prefeitura de Feira de Santana divulgou uma nota para esclarecer os pontos criticados. Sobre a falta dos intérpretes de Libras, a gestão municipal explicou que houve uma necessidade de adaptação no local destinado a essas profissionais.
"Em razão da dimensão da estrutura da apresentação, somada à instalação de telões e outros equipamentos que ocuparam integralmente a área do palco, inicialmente foi disponibilizado um praticável para as intérpretes", informou a nota. No entanto, o espaço improvisado não contava com retorno de áudio, o que, segundo a Prefeitura, inviabilizou a continuidade do trabalho.
Justificativas para a ausência de imprensa e transmissão
A administração municipal também abordou os outros dois pontos de atrito. A transmissão ao vivo pela TV Feira não foi autorizada devido a uma cláusula contratual da turnê atual da artista, sendo uma decisão que partiu da produção do show.
Já o atendimento à imprensa local foi negado por opção da própria cantora, que decidiu não receber profissionais de comunicação da cidade. A Prefeitura, portanto, posicionou-se como cumpridora das condições estabelecidas no contrato com a atração.
O caso levanta discussões sobre o uso de recursos públicos em eventos culturais e a relação entre artistas contratados, poder público e a comunidade que financia e frequenta os espetáculos.
