Em uma decisão histórica para a cultura carioca, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), transformou em lei o reconhecimento das Velhas Guardas das escolas de samba como patrimônio imaterial do estado. A sanção ocorreu nesta terça-feira, 2 de abril, data em que se comemora o Dia do Samba, e foi publicada no Diário Oficial do estado.
Uma homenagem às raízes do carnaval
A nova lei, de autoria do deputado estadual Dionísio Lins (Progressistas), tem como objetivo principal a preservação da memória do samba e destaca a importância fundamental desses grupos para a formação cultural fluminense. O governo estadual enfatiza que as Velhas Guardas representam a memória viva do samba e do carnaval, atuando como guardiãs das tradições.
A medida busca, sobretudo, valorizar as matriarcas e patriarcas que, ao longo de décadas, ajudaram a construir e solidificar a identidade cultural do Rio de Janeiro. São sambistas com histórias de vida entrelaçadas com a história das agremiações, muitos dedicando mais de meio século às suas escolas.
O papel das Velhas Guardas: elegância, sabedoria e ancestralidade
Mais do que simplesmente desfilar, as Velhas Guardas são consideradas a referência de elegância, cadência e ancestralidade no universo do samba. Elas mantêm vivos os saberes, rituais e tradições que atravessam gerações, sendo responsáveis por preservar a identidade única de cada escola.
Suas trajetórias muitas vezes começaram nos terreiros e quintais, berços do samba, e seguiram até a consagração na Marquês de Sapucaí. Atualmente, esses grupos funcionam como conselhos vivos dentro das agremiações. Eles não apenas mantêm o modo tradicional de vestir e desfilar, mas também orientam as novas gerações de passistas, ritmistas e componentes.
Um legado que orienta o futuro
A oficialização como patrimônio imaterial consolida o status das Velhas Guardas como instituições fundamentais do Carnaval carioca. A lei reforça sua função de garantir o respeito às raízes e à história, atuando como um elo permanente entre o passado glorioso e o futuro inovador das escolas.
Com esse reconhecimento, o Estado do Rio de Janeiro assume formalmente o compromisso de proteger e fomentar esses grupos, assegurando que o conhecimento, a postura e a essência dos velhos sambistas continuem a inspirar e a educar, mantendo a chama da mais autêntica tradição popular sempre acesa.