
Eis que a vida dá voltas — e o samba também. A Unidos da Tijuca, uma das escolas de samba mais tradicionais do Rio, acaba de ser despejada de sua quadra na Praça Varnhagen, em Vila Isabel. Mas calma, não é o fim do mundo (ou do Carnaval). A Prefeitura do Rio, num gesto que mistura urgência e improviso, cedeu um terreno na Gamboa para os ensaios seguirem rolando.
Segundo fontes próximas à escola, o despejo aconteceu depois de uma longa briga judicial — aquelas que duram mais que um bloquinho de rua em fevereiro. A justiça deu razão ao proprietário do imóvel, e a agremiação teve que sair correndo (ou melhor, sambando) para não ficar sem chão.
Novo lar, novos desafios
O terreno na Gamboa, que fica pertinho do Porto Maravilha, não é exatamente o sonho de consumo de nenhum diretor de bateria. É um espaço aberto, sem a estrutura de uma quadra tradicional. Mas, como diz o ditado, "antes só do que mal acompanhado" — ou neste caso, "antes na Gamboa do que na rua".
Alguns integrantes da escola estão otimistas: "Pelo menos é nosso, mesmo que temporário", comentou um passista que preferiu não se identificar. Outros estão preocupados com a logística — afinal, a Gamboa não é logo ali para muitos componentes que moram na Zona Norte.
E o Carnaval 2026?
Essa é a pergunta que não quer calar. Com os ensaios técnicos comprometidos, será que a Tijuca consegue manter o padrão de excelência que a consagrou? Os dirigentes garantem que sim, mas entre nós — a situação é apertada.
A escola já está trabalhando contra o relógio para adaptar o novo espaço. Placas de madeira estão sendo instaladas para servir de arquibancada improvisada, e o som está sendo testado para não virar um problema na hora do "show".
Uma coisa é certa: se tem um povo que sabe fazer festa em qualquer lugar, é o pessoal do samba. A Gamboa pode até não ser o ideal, mas duvido que isso impeça a Unidos da Tijuca de botar pra quebrar no próximo Carnaval.