
Não era só mais um domingo qualquer em Campo Grande. Longe disso. O coração da capital batia mais forte, seguindo o ritmo dos tambores e das vozes que ecoavam pela Afonso Pena. Uma maré de gente, uma verdadeira multidão vestida de fé e esperança, tomou conta do asfalto — e a cidade, que completava mais uma primavera de existência, ganhava um presente inesperado: uma explosão de devoção.
A Marcha para Jesus deste ano, meu amigo, foi coisa séria. E olha, eu já vi algumas na vida, mas essa tinha um gosto especial. Talvez pelo simbolismo da data, quem sabe? Celebrar 126 anos de história com orações e cânticos não é para qualquer uma. Foi pura sinergia entre o secular e o espiritual.
Um Rio Humano de Emoção
Imagine só: milhares de pessoas. Não, sério, milhares. De todas as idades, saindo de todos os cantos do estado — de Dourados a Corumbá, de Três Lagoas a Ponta Porã. Caravanas e mais caravanas desembarcando antes do amanhecer, com aquele frio na barriga misturado com a certeza de que algo grande iria acontecer.
E aconteceu. Por volta das 7h, a avenida já fervilhava. Trios elétricos, aqueles gigantes sobre rodas, solavam os primeiros acordes. E aí, pronto. Foi como ligar um interruptor invisível. A energia que tomou conta do lugar era quase palpável, daquelas que arrepia até quem está só observando de longe.
Mais que Música: Uma Onda de Oração
E não era só sobre cantar, viu? Era sobre sentir. Cada música, cada refrão, vinha carregado de uma intenção. Muitos levavam pedidos nas pontas dos dedos — orações por saúde, por paz, pela família. Outros agradeciam. Gratidão por terem chegado até ali, por verem a cidade completar mais um ciclo.
Os organizadores, é claro, estavam radiantes. Conversando com alguns, dava para ver nos olhos aquele brilho de missão cumprida. "É um momento de unir a fé com o civismo", me disse um deles, enquanto ajustava um microfone. "A cidade precisa disso, precisa de alegria, de união." E não é que ele tinha razão?
O Legado que Fica
Quando a última nota se dissipou no ar e a galera começou a se dispersar, o que ficou foi mais que lixo no chão ou marcas de pneu no asfalto. Ficou uma sensação — daquelas boas, que a gente guarda no peito. Campo Grande mostrou, mais uma vez, que sabe fazer das suas datas comemorativas algo verdadeiramente memorável.
E a Marcha? Ah, a Marcha cumpriu seu papel. Não apenas como um evento religioso, mas como um lembrete potente do poder da comunidade, da música e da fé em transformar não apenas um dia, mas toda uma cidade. Até o ano que vem, quem sabe?