Ginasta paraense leva homenagem ao Círio de Nazaré para campeonato brasileiro e emociona plateia
Ginasta homenageia Círio de Nazaré em campeonato

Quem diria que uma competição nacional de ginástica rítmica em São Paulo se transformaria num pedaço do Pará? Pois foi exatamente isso que aconteceu quando uma atleta paraense resolveu levar sua fé para as quatro linhas — ou melhor, para o tablado.

A jovem, cujo nome ainda não foi divulgado oficialmente, simplesmente arrepiou a plateia ao transformar a maior manifestação religiosa do Norte do Brasil em movimento puro. A corda, normalmente usada em exercícios convencionais, virou extensão da devoção. E olha, funcionou de um jeito que nem ela mesma esperava.

Um pedaço do Pará em solo paulista

O ginásio, cheio de pais e técnicos ansiosos, ficou em silêncio quando a música começou. Mas não era qualquer música — eram os cantos tradicionais do Círio, aqueles que todo paraense reconhece de longe. A ginasta, com expressão séria mas olhos brilhando, executou uma coreografia que misturava técnica apurada com pura emoção.

"Eu queria mostrar pro Brasil inteiro o que o Círio significa pra gente", contou depois, ainda ofegante. "Não é só uma procissão, é nossa identidade."

Mais que pontos, emoção

Os juízes, acostumados a avaliar elementos técnicos, se viram diante de algo diferente. Como pontuar uma performance que era basicamente uma oração em movimento? A verdade é que a nota final ficou em segundo plano — o que realmente importou foram os olhos marejados de vários espectadores, incluindo alguns que nunca tinham ouvido falar do Círio antes.

Um detalhe curioso: a menina insistiu em usar uma pequena imagem de Nossa Senhora de Nazaré presa ao uniforme. "Não atrapalhou em nada", garantiu. "Pelo contrário, me deu confiança."

Repercussão que ultrapassa fronteiras

Nas redes sociais, a apresentação viralizou rapidamente. Paraenses pelo Brasil todo se emocionaram ao ver sua cultura representada com tanto carinho e competência. "Chorei igual criança vendo isso aqui no Rio", confessou uma seguidora. Outro completou: "Isso sim é levar nossa essência para o mundo!"

O técnico da atleta, inicialmente cético sobre a ideia, acabou se rendendo ao poder da performance. "Ela me convenceu de que ginástica também é sobre contar histórias", admitiu. "E que história!"

O que começou como uma simples participação num campeonato transformou-se num verdadeiro testemunho de fé e identidade cultural. E provou, mais uma vez, que algumas coisas — como a devoção do povo paraense — simplesmente não cabem em fronteiras.