
Era uma vez — ou melhor, é agora mesmo — uma iniciativa que está mudando completamente a perspectiva de dezenas de jovens em Maceió. O Filmaê, um programa que parece saído diretamente dos sonhos mais ousados, está dando voz e câmera para talentos que sempre estiveram ali, esperando uma oportunidade para brilhar.
Nesta segunda-feira, dia 6 de outubro, acontece o grande lançamento — e olha, não é só mais um evento qualquer. É a culminação de um trabalho que começou lá atrás, em julho, transformando realidades através das lentes. A sessão solene de abertura rola às 19h no Cine Arte Pajuçara, um daqueles lugares que respiram cultura.
Do conceito à tela: como tudo aconteceu
O projeto, uma parceria entre a Prefeitura de Maceió e o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan), selecionou 40 jovens — sim, quarenta! — de comunidades como o Vergel do Lago, Benedito Bentes e Chã da Jaqueira. Gente que muitas vezes não tem acesso a equipamentos profissionais, mas que transborda criatividade por todos os poros.
Durante meses, esses participantes mergulharam de cabeça em oficinas intensivas. Aprenderam desde os fundamentos básicos até técnicas avançadas de produção audiovisual. Roteiro, direção, fotografia, edição — o pacote completo, sabe? E o mais incrível: tudo gratuito, mostrando que quando há vontade política e engajamento comunitário, coisas extraordinárias acontecem.
Os frutos do trabalho
O resultado você pode ver — literalmente — nesta segunda. Serão exibidos cinco curtas-metragens produzidos inteiramente pelos jovens. Cinco histórias diferentes, cinco olhares únicos sobre suas realidades, suas comunidades, seus sonhos. Não são apenas filmes; são pedaços de vida projetados na tela.
E tem mais: os participantes que mais se destacaram durante o processo formativo vão receber bolsas-auxílio. Um reconhecimento merecido pelo talento e dedicação — porque criar demanda energia, tempo e, vamos combinar, um investimento financeiro ajuda bastante.
Por que isso importa — e muito
Num país onde o acesso à produção cultural ainda é tão desigual, iniciativas como o Filmaê funcionam como verdadeiras revoluções silenciosas. Não se trata apenas de ensinar técnicas audiovisuais; é sobre empowerment, sobre mostrar para esses jovens que suas vozes importam, que suas histórias merecem ser contadas — e vistas.
O programa faz parte do PAC das Cidades Históricas, um projeto federal que está investindo na preservação e revitalização do patrimônio cultural brasileiro. Em Maceió, especificamente, os recursos estão sendo direcionados para a recuperação do Centro Histórico — e que bom que incluem essa perspectiva de formar novos criadores de cultura.
O que começou como uma sementinha plantada em julho agora floresce em outubro, mostrando que quando damos ferramentas e oportunidades, o talento brota naturalmente. E Maceió, com sua riqueza cultural e diversidade, ganha mais um capítulo na sua história audiovisual.
Quem sabe o próximo grande cineasta alagoano não está entre esses quarenta jovens? Aposto que sim.