
Quem passa pela RN-203, em Lajes, no interior potiguar, não pode acreditar no que vê. A emblemática estátua de Frei Damião, uma figura quase sagrada para muitos nordestinos, apareceu nesta semana com uma cara totalmente nova — e uma cor que não passa despercebida. Rosa choque. Sim, você leu certo.
O fato, digamos, inusitado, aconteceu entre a noite de sexta-feira e a madrugada de sábado. Alguém — ou um grupo — decidiu que o tradicional cinza da escultura não combinava mais com a paisagem da Serra de Santana e resolveu dar um upgrade visual no santo homem. A ousadia não poderia ser maior.
A reação não demorou. Alguns moradores mais tradicionais quase entraram em colapso. "É um desrespeito com a história e com a fé do povo", disparou uma senhora que preferiu não se identificar. Outros, porém, especialmente os mais jovens, acharam a iniciativa — no mínimo — curiosa. "Chama atenção, todo mundo para para fotografar. Até que ficou diferente", comentou um mototaxista.
Mas afinal, quem fez isso?
Eis a questão que ninguém consegue responder direito. A prefeitura local garante que não foi ela. A Secretaria de Turismo e Cultura também nega envolvimento. Resta a suspeita de que tenha sido uma ação independente, talvez um coletivo artístico ou mesmo um cidadão cheio de tinta e boas (ou más) intenções.
O certo é que a estátua, com seus mais de 10 metros de altura, agora é o assunto absoluto na cidade. Virou ponto de parada obrigatória, selfie garantida e o principal tema dos papos na praça e nas redes.
E agora, José?
A prefeitura de Lajes já emitiu uma nota dizendo que vai apurar o caso e, claro, restaurar a peça à sua cor original. Eles garantem que vão limpar a tinta rosa sem danificar o monumento — o que, convenhamos, não deve ser uma tarefa das mais fáceis.
Enquanto a operação de "desrosificação" não começa, Frei Damião segue ali, imponente e cor-de-rosa, olhando para o sertão. Uma imagem surpreendente, no mínimo. Uma dessas notícias que só o Brasil profundo é capaz de produzir.
E você, o que acha? Intervenção artística ou puro vandalismo? Difícil decidir, não é? Uma coisa é certa: ninguém vai mais passar por Lajes sem lembrar desse capítulo peculiar — e bastante colorido — da sua história.