Círio de Nazaré ganha batida de rimas: Copa Paraense une fé e hip-hop em edição histórica
Copa de Rimas no Círio: hip-hop invade festa em Belém

Imagina só: o cheiro de maniçoba no ar, os fogos estourando no céu da Baía do Guajará e, no meio de tudo isso, as rimas afiadas de MCs paraenses ecoando pela cidade. Pois é exatamente isso que vai rolar durante o Círio deste ano.

A tradicional festa de Nazaré — aquela que para Belém inteira, literalmente — vai ganhar uma roupagem inédita. A famosa Copa Paraense de Rimas, que já é sucesso por aqui, resolveu fazer uma edição especial pra celebrar a data. E olha, promete bagunçar — no bom sentido — o calendário cultural da cidade.

Quando a fé encontra o flow

Marcado para o dia 12 de outubro, o evento vai ocupar o Espaço São José Liberto com uma energia que poucos imaginariam possível durante o Círio. Das 14h até o começo da noite, o lugar vai virar um palco de resistência cultural. E o melhor: entrada franca, pra ninguém ficar de fora.

"A gente quer mostrar que cultura e fé podem, sim, andar juntas", me contou um dos organizadores, ainda meio surpreso com a proporção que a coisa toda tomou. E não é pra menos — afinal, misturar a batida pesada do hip-hop com a tradição centenária do Círio não é algo que se veja todo dia.

Mais que uma batalha, um movimento

O que começou como uma simples disputa de MCs já se transformou num verdadeiro fenômeno cultural no Pará. A Copa Paraense de Rimas não é só sobre quem tem as rimas mais afiadas — embora isso conte, e muito. É sobre dar voz à periferia, sobre transformar dor em poesia e sobre mostrar que o Norte tem uma cena cultural que não para de crescer.

E pensar que tem gente que ainda acha que hip-hop é "barulho". Coitados — não sabem o que estão perdendo.

  • O que: Copa Paraense de Rimas - Edição Círio
  • Quando: 12 de outubro, a partir das 14h
  • Onde: Espaço São José Liberto
  • Quanto: Gratuito — de graça mesmo, sem pegadinha

Os organizadores tão de parabéns, se me permitem a opinião. Em um momento onde tanto se fala em preservar tradições, eles entenderam que tradição também é sobre evoluir, sobre incorporar novas linguagens. E que linguagem mais poderosa que a do hip-hop, não é mesmo?

Vai ser interessante ver como os MCs vão incorporar a temática do Círio em suas rimas. Aposto que vai ter muita história de fé, de superação, daquelas que só quem é de Belém entende direito.

É isso aí — enquanto uns acompanham a procissão, outros vão estar ali pertinho, transformando em poesia tudo que essa cidade tem de mais autêntico. E no final, todo mundo sai ganhando.