
Numa daquelas cenas que ficam na memória do país, o plenário do Congresso Nacional parou nesta quarta-feira (21) para um evento que misturou história, emoção e um certo ar de nostalgia. A sessão solene em homenagem aos 100 anos do Grupo Globo e aos 60 anos da TV Globo foi, digamos, um daqules momentos em que você percebe o peso das coisas que acompanharam a vida da gente.
E não foi pouca coisa. Lá estavam o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o da Câmara, Arthur Lira – dois pesos-pesados da política nacional – comandando a cerimônia com uma mistura de formalidade institucional e genuíno reconhecimento. Pacheco, aliás, soltou uma que define bem a coisa toda: "A Globo é um capítulo fundamental na história do Brasil". E não é que é mesmo?
Uma trajetória que se confunde com o país
Quando a gente para pra pensar, são seis décadas de TV Globo moldando não só a programação, mas o imaginário brasileiro. Quem nunca maratonou uma novela das oito, se emocionou com o Jornal Nacional ou vibrou com a cobertura das Copas? A TV aberta brasileira tem DNA globo, e isso é inegável.
Mas olha só – a coisa vai além da telinha. O Grupo Glovo começou lá em 1925, com o jornal A Noite, e foi construindo um império de comunicação que hoje engloba rádio, internet, gravadora... até por isso a homenagem faz todo sentido. São 100 anos acompanhando – e muitas vezes influenciando – os rumos do Brasil.
O reconhecimento oficial
Arthur Lira, naquele jeito direto que lhe é característico, foi enfático: "Reconhecer a importância da Globo é reconhecer a importância da democracia". E cá entre nós, ele tem um ponto. Numa era de fake news e polarização, ter veículos com credibilidade é quase questão de segurança nacional.
E não pense que foi só discurso formal. A cerimônia teve momentos de pura emoção, com deputados e senadores compartilhando histórias pessoais sobre como a Globo marcou suas vidas. Teve até quem lembrasse de ver o primeiro Jornal Nacional ainda criança – coisa de fazer a gente se sentir velho, não?
O mais interessante é que, por trás de toda a pompa oficial, dava pra sentir um respeito genuíno. Não era só protocolo – era reconhecimento de uma instituição que de fato faz parte do tecido social brasileiro. E num Congresso tão fragmentado quanto o atual, conseguir unanimidade para qualquer coisa já é feito e tanto.
Agora é torcer para que os próximos 100 anos sejam tão relevantes quanto os primeiros. Porque, convenhamos, o Brasil sem a Globo seria como feijoada sem laranja – até funciona, mas perde aquela coisa que dá o sabor.