
Parecia que toda São Paulo tinha se transformado num imenso console. O Expo Center Norte, normalmente um espaço sério para negócios, virou o ponto de encontro obrigatório para quem vive e respira games. A Brasil Game Show 2025 simplesmente explodiu de energia — e de gente.
Dá pra acreditar? Mais de 300 mil almas, segundo os organizadores, circulando entre aqueles corredores cheios de luzes, sons e pura emoção. Era como entrar num universo paralelo onde o assunto principal era qual jogo experimentar primeiro.
Do pixel ao real: a magia dos clássicos
Enquanto as filas para os lançamentos mais aguardados se estendiam por bons metros — e a paciência dos fãs era testada —, uma área específica roubava a cena de maneira inesperada. Os fliperamas retrô. Máquinas que pareciam ter saído diretamente dos anos 80 e 90, com joysticks que já viram muitas batalhas, reuniam desde pais mostrando "como se jogava no meu tempo" até crianças descobrindo a simplicidade genial de um 'Pac-Man'.
Era bonito de ver, sabe? Gerações completamente diferentes compartilhando a mesma tela, o mesmo controle. Algo que, francamente, poucos lugares conseguem proporcionar.
O futuro bateu à porta
Mas não era só nostalgia não. A feira mostrou que está de olho no amanhã. A realidade virtual, aquela que a gente via só em filme de ficção científica, estava lá, palpável. Óculos que te transportam pra outros mundos, experiências imersivas que fazem você duvidar do que é real... Era quase uma feira de ciências, só que muito mais divertida.
E os e-sports? Meu Deus. Os torneios transformaram o espaço numa verdadeira arena. A tensão no ar dava pra cortar com uma espada de RPG. Cada jogada decisiva, cada 'headshot' perfeito era comemorado como gol de final de campeonato. Os jogadores, tratados como verdadeiros astros, mostravam que videogame deixou de ser hobby de quarto há muito tempo — hoje é profissão, é esporte, é espetáculo.
Mais que jogos: um estilo de vida
O que mais me chamou atenção, porém, foi ver como os games viraram cultura. Não era só sobre apertar botões. Havia artistas mostrando suas ilustrações inspiradas em personagens queridos, youtubers conversando cara a cara com seus fãs, colecionadores trocando figurinhas — ou melhor, action figures.
Parecia um grande encontro de família. Uma família um pouco excêntrica, é verdade, mas com um laço em comum: a paixão por histórias interativas. A BGS provou, mais uma vez, que o brasileiro não só consome games como vive essa cultura com uma intensidade que poucos países conseguem igualar.
São Paulo, pelo menos por esses dias, foi definitivamente a capital mundial dos games.