
Não é a primeira vez — e parece que está virando uma chateação recorrente. O italiano Lorenzo Musetti, durante sua partida válida pelo Masters 1000 de Xangai, precisou interromper o jogo novamente. O motivo? Aquela mesma velha história: tosses inoportunas vindo das arquibancadas.
Imagina só: você está concentrado, prestes a sacar, o silêncio é fundamental... e eis que surge um coro de tossidas. Foi exatamente isso que aconteceu. Musetti, visivelmente irritado — e com toda a razão, diga-se de passagem —, parou tudo e reclamou com o juiz de cadeira. "De novo isso? É impossível jogar assim!", protestou o tenista, num misto de exasperação e incredulidade.
Um problema que se repete
O que mais preocupa nessa história toda é que isso já virou quase uma rotina nos torneios disputados na China. Parece que certos hábitos do público local simplesmente não combinam com a etiqueta normalmente esperada nas quadras de tênis. E olha, não é questão de ser chato — é que o esporte exige concentração máxima.
Musetti, coitado, tentou de tudo. Fez gestos, olhou reprovadoramente para as arquibancadas, conversou com a arbitragem. Mas as tosses continuavam, como se fossem parte do espetáculo. É de deixar qualquer um de cabelo em pé, não é mesmo?
O outro lado da moeda
Agora, vamos ser justos: talvez os torcedores nem tenham má intenção. Pode ser apenas um costume cultural, ou quem sabe até questões de saúde — afinal, a qualidade do ar em Xangai não é exatamente das melhores. Mas convenhamos: existe hora e lugar para tudo.
O que me faz pensar: será que os organizadores dos eventos não poderiam orientar melhor o público? Um anúncio educado antes das partidas, talvez? Algo como "queridos torcedores, lembrem-se de evitar barulhos durante os pontos". Pode parecer bobagem, mas às vezes o óbvio precisa ser dito.
Efeito no rendimento do atleta
Você já tentou se concentrar numa tarefa importante com alguém tossindo sem parar ao seu lado? É simplesmente insuportável. Agora multiplique isso por mil — essa é a realidade de um tenista profissional tentando executar um saque a 200 km/h.
Musetti, para seu crédito, tentou não deixar isso afetar seu jogo. Mas dá para perceber, pelos seus gestos e expressões faciais, que a situação estava minando sua concentração aos poucos. É como aquela goteira no telhado que não para — no começo é só um incômodo, mas com o tempo fica impossível ignorar.
E o pior de tudo? Isso pode fazer a diferença entre vitória e derrota. Um ponto crucial perdido por causa de uma distração pode significar a eliminação de um torneio importante como o Masters 1000.
O que dizem os especialistas
Conversando com quem entende do assunto, fica claro que não se trata apenas de "frescura" dos atletas. A psicologia esportiva comprova que interferências externas, especialmente as auditivas, têm impacto direto no desempenho. É como tentar meditar num show de rock — simplesmente não funciona.
Alguns torneios já adotaram medidas mais rígidas, chegando até a remover espectadores excessivamente barulhentos. Mas é uma linha tênue entre manter o decoro e não alienar o público que, no fim das contas, é quem paga pelo espetáculo.
No caso específico da China, talvez fosse interessante uma campanha educativa — algo que explicasse, sem arrogância, as particularidades do tênis como esporte. Porque no futebol, gritaria é parte do espetáculo; já no tênis, o silêncio é tão importante quanto a raquete.
Enquanto isso, Musetti e outros tenistas seguem na luta — não apenas contra seus oponentes do outro lado da rede, mas também contra as distrações vindas das arquibancadas. E torcemos para que, num futuro próximo, o maior barulho nas quadras seja apenas o do "plim-plim" da bolinha.