
Ah, o velho Mourinho... Nunca mudou, nem vai mudar. Dessa vez o alvo foi o meia Rios, do Fenerbahçe, e a flecha foi certeira — como sempre.
O lance que desencadeou tudo aconteceu durante o jogo contra o Olympiacos, pela fase de grupos da Champions League. Rios, tentando se livrar da bola numa situação de aperto, fez o que nenhum jogador quer na vida: meteu a bola no próprio gol. E não foi qualquer gol contra — foi daqueles que doem na alma, que deixam o estádio em silêncio e o técnico com aquela cara de poucos amigos.
O estrago estava feito
E Mourinho, claro, não ficou mudo. Nas entrevistas pós-jogo, quando perguntado sobre o incidente, ele nem tentou disfarçar. Foi seco, direto, daquele jeito que só ele sabe ser.
"Olha", começou, com aquela pausa dramática que conhecemos bem, "o Rios é um jogador que... bem, não tem muita qualidade, para ser honesto." O silêncio que se seguiu foi mais eloquente que mil palavras.
Não foi pessoal — ou foi?
O que impressiona — ou não impressiona, vindo dele — é como Mourinho não tenta suavizar as coisas. Enquanto muitos treinadores dariam aquelas respostas padrão sobre "azar" ou "momentos difíceis", o português vai na veia. Ele explicou, com certa frieza, que o problema não foi apenas o gol contra em si, mas sim o que ele revela sobre as limitações técnicas do jogador.
E sabe o que é pior? Ele tem razão em parte. Quando você vê o replay, dá pra entender perfeitamente o que ele quis dizer. A decisão de Rios foi, para ser gentil, questionável. Mas será que era necessário ser tão cru na avaliação pública?
O método Mourinho em ação
Alguns torcedores nas redes sociais já estão crucificando o técnico, claro. "Humilhação desnecessária", "poderia ter resolvido isso internamente" — os comentários se multiplicam. Mas outros lembram que essa sempre foi a marca registrada do Special One: ele não trata jogadores adultos como crianças sensíveis.
É quase como se ele estivesse dizendo: "Você é profissional, errou feio, agora aguenta as consequências". Duro? Sem dúvida. Eficaz? Aí já é outra conversa...
O que me faz pensar: será que Rios vai usar essa crítica como combustível para provar que Mourinho está errado? Ou vai afundar de vez? O futebol é cheio dessas histórias — alguns jogadores crescem com a pressão, outros murcham.
O contexto importa
Vale lembrar que o Fenerbahçe não está numa fase das mais brilhantes na Champions. Cada ponto é disputado com unhas e dentes, cada erro é amplificado. Em um grupo competitivo, gol contra em momento decisivo pode custar caro — muito caro.
Mourinho, com sua experiência continental, sabe disso melhor que ninguém. Talvez a dureza seja calculada: um recado não só para Rios, mas para todo o elenco. A mensagem é clara: na elite europeia, margem para erro é luxo que time nenhum pode ter.
Enquanto isso, Rios — coitado — vira trending topic pelas razões erradas. Resta saber como ele vai reagir. O futebol, como a vida, às vezes nos prega peças terríveis. A diferença é que nossos erros não são transmitidos ao vivo para milhões.
Uma coisa é certa: a temporada do Fenerbahçe na Europa ficou ainda mais interessante. E Mourinho, bem... continua sendo Mourinho. Algumas coisas nunca mudam, graças a Deus — ou não.