
Caramba, gente. Às vezes a gente vê esses atletas lá em campo, parecendo super-heróis, e nem imagina os fantasmas que assombram os bastidores. O Éder Militão, aquele rochedo na zaga do Real Madrid — e da Seleção, claro — acabou de solvar uma bomba: chegou a pensar seriamente em pendurar as chuteiras.
Pois é. A ruptura do ligamento cruzado do joelho esquerdo, aquela lesão que todo jogador teme mais que marcador apressado, aconteceu no primeiro jogo da temporada. Maluco, né? O cara mal tinha aquecido. E se não bastasse o baque, o destino pregou outra peça: uma lesão no menisco do mesmo joelho, meses depois, durante a recuperação.
O poço sem fundo
Duas cirurgias. Dois longos processos de reabilitação. O psicológico do cara deve ter ido pro ralo. "Foram os piores meses da minha vida", confessou o zagueiro, sem rodeios. A gente até esquece que por trás daqueles músculos toda existe um ser humano com medos e dúvidas.
E aí veio o pensamento mais sombrio: "Será que é hora de parar?"
Imagina a cena — você no auge da carreira, jogando no maior clube do mundo, e de repente seu corpo simplesmente trai você. Duas vezes. É de gelar a espinha.
A rede de apoio
Mas sabe o que salvou o Militão? A família. Os amigos. Os companheiros de time que não deixaram o cara se afundar na autopiedade. O goleiro Thibaut Courtois, que sofreu com lesão similar, virou quase um terapeuta não-oficial.
E o técnico Carlo Ancelotti? Segundo o zagueiro, o italiano foi um mestre não só de tática, mas de humanidade. "Ele me deu uma tranquilidade enorme", revelou.
Ah, e tem um detalhe que faz toda diferença: a fé. Militão não disfarça — foi sua crença que manteve a chama acesa nos momentos mais escuros.
A luz no fim do túnel
O retorno aos gramados, contra o Athletic Bilbao, deve ter sido do caralho de emocionante. Sete longos meses depois, o abraço de Ancelotti na beira do campo dizia tudo. Às vezes um gesto vale mais que mil discursos.
E o que fica de lição? Que até os mais durões — e Militão é um deles — têm seus momentos de fragilidade. Que pedir ajuda não é sinal de fraqueza, mas de sabedoria. E que, por mais escura que esteja a noite, o sol sempre acaba nascendo.
O zagueiro agora mira a Copa América com o Brasil, mas já venceu seu campeonato mais importante: a batalha contra seus próprios demônios.