Calendário do Futebol Brasileiro: O Carnaval de Jogos que Não Acaba Mais
Futebol BR: Calendário mais inchado que o inglês

Parece que o futebol brasileiro resolveu adotar o lema "quanto mais, melhor" — mas será que essa é mesmo a estratégia certa? Enquanto os torcedores se esbaldam com jogos quase diários, por trás das câmeras a realidade é bem diferente.

O calendário nacional virou uma verdadeira maratona sem linha de chegada. Clubes se veem obrigados a montar elencos com mais de trinta jogadores — coisa de time de RPG, onde cada personagem tem sua função específica — só pra dar conta do recado. E olha que não tô exagerando nem um pouquinho.

A comparação que dói

Quando colocamos na balança, a diferença é assustadora. Enquanto um time inglês da Premier League joga, em média, umas 50 partidas por temporada, por aqui a conta facilmente passa das 70. Setenta! É como comparar uma caminhada no parque com uma subida ao Everest sem oxigênio.

E não venham me dizer que é só "jogar bola". O desgaste físico é brutal, mas o mental então? Nem se fala. Os caras mal têm tempo de conhecer os próprios companheiros de elenco direito.

O preço oculto do espetáculo

Os dirigentes, claro, adoram. Mais jogos significam mais cotas de TV, mais ingressos vendidos, mais patrocínios. Só que essa farra tem um custo — e quem paga a conta são os atletas, com suas lesões recorrentes, e a qualidade técnica do espetáculo, que vai lá pra baixo.

Já parou pra pensar por que tantos jogadores brasileiros se machucam tanto? Pois é. O corpo humano tem seus limites, mesmo quando falamos de atletas de elite.

E os torcedores nessa história?

No papel, parece ótimo: futebol o ano todo, quase todo dia tem jogo pra assistir. Mas a saturação é um risco real. O que era pra ser um evento especial — o clássico de domingo — vira rotina. E quando tudo é especial, nada é especial, não é mesmo?

Além do mais, com times poupando jogadores a todo momento (e quem pode culpá-los?), muitas vezes o torcedor paga ingresso caro pra ver o time reserva em campo. Aí é complicado.

Tem saída?

Alguns especialistas defendem uma reformulação completa do calendário. Outros acham que já passou da hora de reduzir o número de clubes nas divisões principais. Mas convenhamos: mexer nesse vespeiro não é pra qualquer um.

Enquanto isso, os jogadores seguem na sua via-crúcis particular — uma temporada que começa em janeiro e, se der sorte, termina só em dezembro. Férias? Aquilo é lendas urbanas.

O futebol brasileiro sempre foi conhecido pela sua paixão, sua técnica e sua alegria. Mas será que não estamos matando a galinha dos ovos de ouro com tanto excesso? É uma pergunta que vale milhões — literalmente.