
O coração do futebol cearense amanheceu mais pesado neste sábado. A notícia chegou como um soco no estômago para quem acompanhou os gramados do estado nas últimas décadas: Francisco Erivam de Sousa, o Rabico, nos deixou aos meros 46 anos. Uma infecção pulmonar que parecia controlada se complicou de forma brutal — e em poucos dias levou embora um pedaço da história tricolor.
Parece até injusto, sabe? Um cara que dedicou a vida aos campos, que fez milhares de torcedores vibrarem, partindo tão cedo. A família confirmou o falecimento através das redes sociais, e a dor ecoou imediatamente pelos quatro cantos do Nordeste.
Nos gramados, sua casa
Rabico não era apenas mais um jogador. Era daqueles que deixavam a alma em cada partida. O Fortaleza — onde brilhou entre 2002 e 2004 — foi seu palco principal, mas sua camisa suada também defendeu outras bandeiras importantes no cenário regional:
- Ferroviário: onde mostrou pela primeira vez seu talento peculiar
- Icasa: contribuindo com a força do futebol do interior
- América-CE: escrevendo mais um capítulo de sua carreira
E pensar que tudo começou nas categorias de base do Ceará... O futebol tem dessas ironias — formar um ídolo que depois brilhariam no rival. Mas Rabico sempre soube transcender essas rivalidades. Sua qualidade técnica falava mais alto.
O adeus que doeu
O velório aconteceu no cemitério Parque da Paz, em Messejana, e o sepultamento seguiu para o mesmo local. Familiares, amigos de infância e antigos companheiros de profissão — todos unidos por uma mesma tristeza. Aquele tipo de despedida que não deveria acontecer tão cedo.
O que mais corta o coração é saber que a infecção pulmonar que o levou poderia ter sido apenas mais um obstáculo superado. Mas o corpo, às vezes, nos prega peças cruéis. Em questão de dias, a situação se agravou de forma inexorável.
O Fortaleza, clube que guarda suas melhores lembranças, já se manifestou através de nota oficial. "Com profundo pesar, comunicamos o falecimento do ex-atleta Rabico..." — as palavras formais não conseguem esconder a dor real por trás delas.
Além dos campos
Rabico era daqueles jogadores que entendiam o futebol como mais que uma profissão — era paixão pura. Quem o viu atuar lembra da entrega, daquelas jogadas improvisadas que só os realmente talentosos conseguem executar. E do caráter, sempre ilibado.
O Nordeste perde hoje não apenas um ex-atleta, mas um pedaço de sua identidade futebolística. Esses jogadores que transitavam entre os grandes e médios clubes regionais eram a alma do nosso futebol — e Rabico personificava isso como poucos.
Restam as lembranças. Os gols importantes, as jogadas geniais, o sorriso fácil. E a certeza de que o futebol cearense está mais pobre hoje. Mas, ao mesmo tempo, mais rico por ter tido a honra de contar com um talento como o dele.
Descanse em paz, Rabico. O apito pode ter soarado pela última vez, mas seu legado permanece vivo em cada coração tricolor.