
A atmosfera não está das melhores no Corinthians. Dorival Júnior, o homem no comando, não esconde a nervura que o consome quando o assunto é Rodrigo Garro. O meia, peça chave no meio-campo alvinegro, é uma interrogação para a próxima partida, justamente naquela superfície tão temida: o sintético.
— É uma preocupação natural, admito — soltou o treinador, com aquele jeito característico de quem carrega o peso das decisões. — A gente observa, acompanha de perto, mas são situações que realmente tiram o sono de qualquer comissão técnica. O Garro sente, e a gente sente junto.
Não é para menos. O gramado artificial do estádio, sabe como é, é um capítulo à parte. Exige demais do corpo, dos músculos, das articulações... quem já jogou sabe que não é brincadeira. E com o Garro já não estando 100%, a história fica ainda mais complicada.
O que fazer sem Garro?
Imagina só o que passa pela cabeça do Dorival. Perder um cara como o Garro, que dita o ritmo, que cria, que é praticamente o cérebro da equipe em campo... é um baque. E as opções? Bem, elas existem, mas será que são tão eficientes? O Corinthians pode ter que se reinventar, e rápido.
— A gente trabalha com todas as possibilidades — disse o técnico, evitando criar alarme. — Temos um grupo, outros jogadores podem entrar e fazer a diferença. É confiar no trabalho.
Mas entre o discurso público e a realidade do vestiário, todo mundo sabe que a coisa é mais séria. Torcedores já estão nas redes sociais de cabelo em pé, temendo o pior. Um jogo decisivo, um possível desfalque importante e um gramado que é quase um personagem adversário. Parece enredo de filme, mas é a pura realidade do Timão.
O fator sintético
Ah, o tal do gramado sintético... essa invenção que divide opiniões. Para alguns, praticidade; para os jogadores, muitas vezes, uma tortura. O impacto é diferente, a bola corre de outro jeito, e o desgaste físico? Aí é que está o busílis. Quem já está com alguma lesão ou desconforto sente na hora. E o Garro, pelo visto, está sentindo.
Resta agora torcer para que o departamento médico faça milagre. Ou que, pelo menos, o jogador aguente firme. Porque Corinthians sem Garro no sintético é como feijoada sem linguiça: até funciona, mas falta aquele tempero especial.
O tempo é curto, a pressão é grande e o mundo gira. Dorival sabe disso melhor do que ninguém. Agora é esperar e ver no que dá.