
O que realmente aconteceu naqueles segundos decisivos que mudaram o jogo no Beira-Rio? O lance ainda ecoa nas redes sociais e nas conversas de bares: pênalti para o Internacional aos 47 minutos do segundo tempo, gol de Wanderson e vitória por 1 a 0 sobre o Corinthians.
Mas agora temos a peça que faltava no quebra-cabeça: o áudio completo da conversa entre o árbitro de vídeo Rodrigo D'Alonso Ferreira e o árbitro principal Bráulio da Silva Machado.
O diálogo que acendeu o debate
"Bráulio, é pênalti, pênalti claro. A perna direita do jogador... ele toca na bola, mas o movimento continua e há contato na perna do atacante." A voz de Rodrigo D'Alonso soa categórica na gravação obtida pela ESPN.
Do outro lado, Bráulio questiona: "Mas ele não chega primeiro na bola?"
E a resposta que definiu tudo: "Sim, chega, mas o contato é inevitável e suficiente para derrubar. Recomendo revisão na cabine."
E cá estamos nós, discutindo mais uma vez aquilo que parece nunca ter fim: a subjetividade do 'contato suficiente'.
O lance em câmera lenta
Alan Patrick avança, Félix Torres chega deslizando, toca na bola - isso é inquestionável - mas seu movimento continua e suas pernas atingem o camisa 10 do Inter. A questão que fica: foi mesmo suficiente para justitar a queda?
Os corintianos argumentam, com certa razão, que no futebol moderno qualquer toque virou motivo para teatro. Os colorados contra-argumentam: contato é contato, independentemente de quem chegou primeiro.
E o que dizem os especialistas?
"Na lei, tecnicamente não é erro", analisa um ex-árbitro que preferiu não se identificar. "Mas é daqueles lances que dependem da interpretação de quem está no VAR. Outro profissional poderia ter dito: 'Bráulio, checou a bola, contato mínimo, segue o jogo'."
E é exatamente isso que deixa todo mundo com os nervos à flor da pele - a tal da interpretação. Um jogo pode mudar de rumo dependendo de quem está na cabine.
O timing perfeito (ou imperfeito)
Aos 47 do segundo tempo, com o 0 a 0 prestes a ser decretado... não dá pra ignorar o peso psicológico da hora. Será que influenciou? Difícil dizer, mas o fato é que o Corinthians saiu com a sensação de roubo, enquanto o Inter respira aliviado.
Nas redes, a guerra continua. De um lado, os memes com Torres 'assassinando' Alan Patrick. Do outro, os vídeos mostrando o toque na bola. E no meio, a verdade provavelmente cinzenta que ninguém quer admitir: talvez os dois lados tenham seus argumentos válidos.
Enquanto isso, o Brasileirão segue seu curso, com mais um capítulo na eterna discussão sobre tecnologia e arbitragem. Algum dia chegaremos a um consenso? Duvido muito.