Parece que Carlo Ancelotti tem um daqueles problemas que qualquer técnico adoraria ter - mas que, convenhamos, não é tão simples quanto parece. Dois dos talentos mais explosivos do futebol mundial, ambos acostumados a jogar pela esquerda, ambos decisivos... e apenas um time para acomodá-los.
Vinicius Junior e Rodrygo. Os dois garotos - que já não são mais tão garotos assim - que brilham no Real Madrid agora precisam encontrar seu lugar juntos na Amarelinha. E cá entre nós, não é como colocar peças num tabuleiro de xadrez. É muito mais complexo.
O Dilema Tático Que Persegue Ancelotti
O italiano, conhecido por sua habilidade em gerenciar egos e potencializar talentos, parece estar quebrando a cabeça com esse quebra-cabeça em particular. A questão é simples na teoria, mas complicadíssima na prática: como extrair o máximo de dois jogadores que, basicamente, gostam de ocupar os mesmos espaços?
Vini Jr, com sua velocidade absurda e dribles desconcertantes, naturalmente se sente mais à vontade abrindo pela esquerda. Rodrygo, por sua vez, embora possa atuar por dentro, também tem seu melhor futebol quando parte daquela faixa. É como tentar encaixar dois tenistas que preferem o forehand no mesmo lado da quadra.
Experimentações em Andamento
Os treinos têm sido laboratórios de testes. Ancelotti - aquele sujeito tranquilo que parece sempre ter a resposta na ponta da língua - tem experimentado diferentes esquemas. Rodrygo pelo meio, Vini pela esquerda. Vini pela direita, Rodrygo pela esquerda. Os dois trocando de posição constantemente.
Mas sabe como é futebol? Às vezes o que funciona no papel na prática vira um desastre. E quando se trata de Seleção Brasileira, a cobrança é sempre maior. Muito maior.
- Adaptabilidade: Rodrygo tem mostrado versatidade, mas será suficiente?
- Química: A parceria que funciona no Madrid se repetirá com a camisa amarela?
- Sacrifício: Um dos dois terá que ceder parte de seu jogo natural
Não é ApenSobre Escolher Um Lado
O que me preocupa - e deve preocupar Ancelotti também - é que não se trata apenas de definir quem joga onde. É sobre criar uma sinergia que faça com que o todo seja maior que a soma das partes. Dois craques não garantem um grande time, infelizmente.
Lembro de outras duplas na história da Seleção que prometiam muito e... bem, nem sempre entregavam. A pressão é diferente. A responsabilidade também.
Mas olha, se tem alguém que pode fazer isso dar certo é justamente Ancelotti. O cara tem um currículo que fala por si só. E tanto Vini quanto Rodrygo já demonstraram que são jogadores inteligentes, capazes de se adaptar.
O Fator Experiência
O que talvez passe despercebido é que ambos estão amadurecendo a olhos vistos. Vini Jr, principalmente, depois daquela temporada absolutamente brilhante. Rodrygo vem mostrando uma evolução técnica impressionante. Eles não são mais aqueles meninos que chegaram na Europa cheios de promessas - são craques consagrados.
Isso conta, e muito. Jogadores experientes entendem melhor as necessidades táticas, sabem quando sacrificar parte de seu jogo pelo coletivo.
Mas será que vai funcionar? Francamente, ninguém sabe. O futebol é cheio de surpresas - às vezes agradáveis, outras nem tanto.
O Que Esperar Dos Próximos Jogos
Os amistosos que estão por vir serão decisivos. Laboratório puro. Ancelotti testará, ajustará, modificará. Pode ser que encontre a fórmula mágica. Pode ser que precise repensar tudo.
O que é certo é que todos estaremos de olho. Torcendo para que dê certo, é claro. Porque quando esses dois estão inspirados... meu amigo, é show na certa.
Restar-nos-á apenas esperar e torcer. Como sempre, aliás. O futebol brasileiro tem dessas coisas - nos mantém sempre na expectativa, entre a esperança e a apreensão.
