
O clima no Morumbi estava pesado, e não era só por causa do calor de São Paulo. O clássico entre São Paulo e Palmeiras, que terminou 2x0 para os donos da casa, deixou um gosto amargo — especialmente no lado alviverde. E o responsável por colocar lenha na fogueira foi ninguém menos que Abel Ferreira.
O português, conhecido por não engolir sapos, chegou à coletiva de imprensa com a pulga atrás da orelha. Dá pra entender? O cara estava visivelmente irritado, e quem olhou nos seus olhos percebeu que a paciência tinha ido pro espaço.
Os lances que viraram o jogo — e a cabeça do técnico
O primeiro tempo mal tinha esquentado quando a primeira polêmica apareceu. Aos 12 minutos, uma dividida entre Luan e um atacante são-paulino. O árbitro apitou falta — mas será que foi? Abel, na beira do campo, ficou possesso. Gesticulou, reclamou, fez aquela cara de quem não acredita no que está vendo.
"Algumas coisas que acontecem aqui me deixam perplexo", disparou o técnico depois do jogo, com aquela mistura de raiva e desânimo que só quem vive o futebol brasileiro conhece.
E não parou por aí. No segundo tempo, mais um lance para alimentar a discórdia: um pênalti não marcado a favor do Palmeiras. Os jogadores reclamaram, a torcida gritou, mas o VAR — aquele que deveria consertar os erros — ficou quietinho. Quietinho demais, na opinião de Abel.
"Não entendo, simplesmente não entendo"
O desabafo do português foi daqueles que rendem. "Há situações que se repetem com frequência alarmante", disse ele, escolhendo cada palavra com cuidado, mas sem disfarçar a frustração. "Quando você pensa que já viu de tudo, aparece algo novo."
E olha, ele tem um ponto. O futebol brasileiro vive dessas histórias — um dia é um time, no outro é outro. A sensação é de que a roda gira, mas sempre para o mesmo lugar.
O que mais chocou Abel foi a inconsistência. "Num lance é falta, noutro igual não é. Num jogo é amarelo, noutro nem falta marcam." Parece familiar, não? Quem acompanha futebol no Brasil sabe do que ele está falando.
E agora, o que esperar?
O Palmeiras perdeu, isso é fato. Mas a discussão sobre a arbitragem — ah, essa vai longe. Nas redes sociais, a briga já começou: torcedores de um lado e outro trocam farpas, cada um defendendo seu time.
Abel, pelo menos, foi claro: não está questionando o resultado, mas sim os critérios. "Perdemos porque não fizemos o suficiente para ganhar, mas as decisões... as decisões complicam."
Resta saber se a CBF vai se pronunciar — ou se vai fazer o de sempre: ignorar e esperar a poeira baixar. Enquanto isso, o clássico paulista ganha mais um capítulo em sua já longa história de polêmicas.
Uma coisa é certa: Abel Ferreira não é de ficar calado. E depois dessa performance, duvido que os árbitros vão olhar para os próximos jogos do Palmeiras com a mesma tranquilidade.